PORTUGAL E BRASIL: O MEDIEVO IBÉRICO NO ENSINO DE LITERATURA PORTUGUESA
DOI:
https://doi.org/10.17648/educare.v10i19.10576Resumo
RESUMO: Nas universidades, muitas vezes a historiografia literária, a crítica e a teoria da literatura, em suas modalidades tradicionais, científicas, lógicas e objetivistas, acabam afastando os estudantes de Letras da literatura e do próprio curso, pois esses frios mecanismos de investigação tornam a leitura muito mais uma atividade de “medicina experimental” (com suas dissecações sombrias) do que propriamente um ato de leitura (ligado à cultura e ao pensamento). Essas técnicas de tratamento também estão presentes na escola, instituição que deveria fomentar a leitura entre as crianças e os jovens e, no entanto, fracassa em sua missão; sem contar que frequentemente a literatura não é sequer abordada. Todos os recursos podem ser válidos para o estudo das obras (“todos”?); mas reduzir a escrita literária a um cadáver a ser decomposto em partes e tratar essas partes como objetos inferiores não parece algo muito simpático. Outra forma suspeita de abordagem do texto literário é aquela que dá maior importância a vários itens exteriores ao seu corpo, à sua tessitura e à sua composição e o deixa em último lugar; ou, às vezes, até o abandona. No ensino de literatura portuguesa no Brasil, muitas vezes os estudos dos textos medievais causam estranhamento, pelas características idiomáticas históricas dos escritos, o que leva até mesmo à inacreditável negação desse material literário, que constitui um verdadeiro tesouro legado pelo passado. As especificidades linguísticas dos escritos literários medievais lusitanos constituem um atrativo a mais para essas peças, que podiam ter se perdido, mas sobreviveram à destruição ou ao sumiço, fornecendo, assim, informações sobre essa época, passada e ao mesmo tempo persistente, que se comunica com os dias de hoje, por intermédio de seus vestígios. Viajando pelas sendas da literatura medieval portuguesa, é possível percorrer cidades e aldeias; vislumbrar as pessoas envolvidas com seus trabalhos, suas famílias, seus afetos; observar seus interesses, seus conflitos, sua organização política e social, os enredos econômicos nos quais estão embaraçadas, suas batalhas cruciais. A proposta deste trabalho é fazer um breve mergulho na literatura medieval portuguesa, uma imersão pelas letras vivas da poesia e da prosa do período, na busca de registros do passado, que são estéticos, históricos e culturais — e nos quais vibram questões perenes, sobre o mundo, a existência, o ser humano e as coisas.
Palavras-chave: Literatura. Portugal. Idade Média.
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