MASCULINIDADES: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA INTERACIONISTA-DISCURSIVA
DOI:
https://doi.org/10.48075/revex.v18i1.20909Palavras-chave:
Análise do discurso. Masculinidades. ChargeResumo
O objetivo deste artigo foi analisar o interdiscurso do gênero charge para desenvolver o corpus do que é ser homem na construção de sentidos pelos leitores. Para tanto se buscou evidenciar o sentido de gênero e masculinidades como construções sociais. A metodologia aplicada para a análise do discurso é a referenciação sob a perspectiva interacionista-discursiva. O resultado mostra que cada discurso quer dizer de sua própria verdade, não se referindo então a uma verdade universal, ou seja, o mesmo discurso pode ser percebido agregador de diferentes entendimentos.Referências
ADDIS, Michael E; MANSFIELD, Abigail K.; SYZDEK, Matthew R. Is "Masculinity" a Problem? Framing the Effects of Gendered Social Learning in Men. Psychology of Men & Masculinity, v.11, n.2, p. 77-90,2010.
ARAÚJO, Maria de Fátima. Diferença e Igualdade nas relações de gênero: revisitando o debate. Revista Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v.17, n.2, p. 41 - 52,2005.
BADINTER, Elisabeth. XY: sobre a identidade masculina. 2 ed. Maria Ignez Duque Estrada (Trad.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1993.
BAKHTIN, Mikhail. Os Gêneros do Discurso In. Estética da Criação Verbal. 2ª. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 279-336.
BAKHTIN, Mikhail; VOLOCHÍNOV, Valentin. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Tradução Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. 12ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
BATNITZKY, Adina; MCDOWELL, Linda; DYER, Sarah. Flexible and Strategic Masculinities: The Working Lives and Gendered Identities of Male Migrants in London. Journal of Ethnic and Migration Studies, v.35, n.8, p.1275-1293, Aug. 2009.
BENVENISTE, Émile. Vista d’olhos sobre o desenvolvimento da linguistica. In: Problemas de Linguistica Geral I. (Tradução Maria Glória Novak e Maria Luiza Neri) Campinas, S.P.: Pontes, 1991, p.19-33.
BERALDO, Guilherme de S.; TRINDADE, Ellika. Novos Pais, Novos Homens? Paternidade e Identidade masculina no Contexto Pós-Moderno. Revista Pretextos, v.1, n.2, p. 56-75, 2016.
BIRCH, Philip; BALDRY, Eileen; HARTLEY, Victoria H. Procuring Sexual Services: Evidencing Masculinity Diversity and Difference Through Sex Work Research. Sexuality & Culture, n.21, p.1106-1119, Dec. 2017.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos. In. Atividade de linguagem, textos e discursos – por um interacionismo sócio-discursivo. Tradução Anna Rachel Machado, Péricles Cunha, São Paulo: EDUC, p.31-49,1999.
CALÁS, Marta B.; SMIRCICH, Linda. Do Ponto de Vista da Mulher: Abordagens Feministas em Estudos Organizacionais. In: CLEGG, Stewart R.; HARDY, Cynthia; NORD, Walter R.; CALDAS, Miguel; FACHIN, Roberto; FISCHER, Tânia. Handbook de Estudos Organizacionais: Modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais, v.1, São Paulo: Altas,1999, p.275-329.
CARDOSO, Irene. A geração dos anos 1960: o peso de uma herança. Tempo Social, v.17, n.2, p. 93-107, nov. 2005.
CONNEL, Robert W. Políticas da masculinidade. Educação e Realidade, v.20, n.2, p.185-206,1995.
CONNEL, Robert W. "Masculinities, Change and Conflict in Global Society: Thinking about the Future of Men's Studies." Journal of Men's Studies, v. 11, n. 3, p. 249-266, 2003.
CONNELL, Robert W. Masculinities (2a ed.) University of California Press, p. 324,2005.
CONNELL, Robert W.; MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidades hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, v.21, n.1, p.241-282,2013.
CONNELL, Robert; PEARSE, Rebecca. Gênero uma Perspectiva Global: compreendendo o gênero – da esfera pessoal a política - no mundo contemporâneo. (3a ed.) Marilia Moshkovich (Trad.) São Paulo: nVersos,2015.
DUCROT, Oswald. Referente. In. Enciclopédia Einaudi: linguagem e enunciação. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, v.2, p.418-438, 1984.
ECCEL, Cláudia Sirangelo; GRISCI, Carmem Lígia Iochins. Trabalho e gênero: a produção de masculinidades na perspectiva de homens e mulheres. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v.9, n.1, p. 57-78, jan./ mar. 2011.
FIALHO, Fabrício Mendes. Uma crítica ao conceito de masculinidade hegemônica. Lisboa, Portugal: Instituto de Ciências Sociais - Universidade de Lisboa,2006.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6. eds.). São Paulo: Atlas,2008.
GONÇALVES, Carlos Alberto; MEIRELLES, Anthero de Moraes. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Editora Atlas,2004.
GRAEF, Stephen T.; TOKAR, David M.; KAUT, Kevin P. Relations of masculinity ideology, conformity to masculine role norms, and masculine gender role conflict to men's attitudes toward and willingness to seek career counseling. Psychology of Men & Masculinity, v.11, n.4, p.319-333, 2010.
GROSSI, Miriam Pilar. Enfoque de Gênero na História Social. Revista Estudos Feministas (UFSC. Impresso), Rio de Janeiro, v. 1, n.1, p. 215-216, 1993.
GROSSI, Miriam Pilar. Masculinidades: Uma revisão teórica. Revista Antropologia em Primeira Mão da Universidade Federal de Santa Catarina, v.7, p.21-42, 2004.
JABLONSKI, Bernardo. A Divisão de Tarefas Domésticas entre os Homens e Mulheres do Cotidiano do Casamento. Revista Psicologia: Ciência e Profissão, v.30, n.2, p. 262-275,2010.
JERUSALINSKY, Julieta. Quem é o outro do sujeito na primeira infância? Considerações sobre o lugar da família na clínica com bebês,2005, p. 1-14. Disponível em: dhttp://www.estadosgerais.org/encontro/tv/pt/trabalhos.php. Acesso 20 out 2018.
JEWKES, Rachel; MORRELL, Robert; HEAM, Jeff; LUNDQVIST, Emma; BLACKBEARD, David et al. Hegemonic masculinity:combining theory and practice in gender interventions. Culture, Health & Sexuality, v.17, n.(supl.2), p.112-127,2015.
LOPES; Maria Ângela Paulino Teixeira. Referenciação e gênero textual – atividades sócio-discursivas em interação. In: MACHADO, I. L.; MELLO, R. de (Org.). Gêneros: reflexão em análise do discurso. Belo Horizonte: NAD/POSL in, FALE/UFMG, 2004, p.205-219.
LOPES; Maria Ângela Paulino Teixeira. Eventos de leitura no espaço acadêmico – representações sociais no processo de referenciação do gênero charge. In: BARROS, E. M. D.; STORTO, L. J. (Org.) Gêneros do jornal e ensino: práticas de letramentos na contemporaneidade. São Paulo: Pontes, 2017, p. 241-264.
MACÊDO; José Emerson Tavares de; SOUZA; Maria Lindaci Gomes de. A charge no ensino de história, p.1-9,2011. Disponível em: http://www.anpuhpb.org/anais_xiii_eeph/textos/ST%2004%20-%20Jos%C3%A9%20Emerson%20Tavares%20de%20Macedo%20TC.PDF.Acesso 20 out. 2018.
MARCUSCHI; Luis A. Anáfora indireta: o barco textual e suas âncoras. In. KOCH, I.G.V.; BENTES, A.C. (Orgs.). Referenciação e discurso, SP: Contexto, p.53-101, 2005.
MEDRADO, Benedito; LYRA, Jorge. Por uma matriz feminista de gênero para os estudos sobre homens e masculinidades. Estudos Feministas, Florianópolis, v.16, n.3, p.809-840,2008.
MONDADA, Lorenza e DUBOIS, Danièle. Construção dos objetos de discurso e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In. CAVALCANTE, Monica M. RODRIGUES, Bernadete B. e CIULLA, Alena. (Orgs.) Referenciação. SP: Contexto, 2003, p.17-52.
MONTEIRO, Marko. Tenham Piedade dos Homens! Masculinidades em Mudança. Juiz de Fora:FEME,2000.
MONTEIRO, MARKO. Masculinidades em revista: 1960-1990. In: Mary Del Priore, Marcia Amantino (orgs). História dos Homens no Brasil. São Paulo: Editora Unesp, p.333-358,2013.
MOREIRA, Maria Beatriz Cyrino; SANTOS, Rafael dos. O caso do Som Imaginário: contracultura, experimentação e indústria fonográfica entre as décadas de 1960 e 1970. Per musi, Belo Horizonte, n. 30, p. 87-97, dez. 2014.
NOLASCO, Sócrates. O mito da masculinidade. Rio de Janeiro: Rocco,1993.
OLIVEIRA, Éwerton Silva de. Rasga Coração, de Vianinha, e Hair: Aproximação e distanciamento num contexto de contracultura. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n.46, p.301-325, jul./ dez 2015.
QUAYLE, Michael; LINDEGGER, Graham; BRITTAIN, Kirsty; NABEE, Neesa; Cole, Charlene. Women’s Ideals for Masculinity Across Social Contexts: Patriarchal Agentic Masculinity is Valued in Work,Family, and Romance but Communal Masculinity in Friendship. Sex roles, v.78, n.1-2, p.52-66, January 2018.
ROCHA-COUTINHO, Maria Lúcia. Novas Opções, antigos dilemas: mulher, família, carreira e relacionamento no Brasil. Temas em Psicologia da SBP, v.12, n.1, p. 2-17,2004.
SANTOS, Luciana da Silva; DINIZ, Gláucia Ribeiro Starling. Donas de casa: classes diferentes, experiências desiguais. Psicologia Clínica, v.23, n.2, p.137-149, jan. 2011.
SARTI, Cynthia A. O feminismo brasileiro desde os anos 1970: revisitando uma trajetória. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.12, n. 2, p. 35-50, mai./ago. 2004.
SCOTT, Joan W. Preface a gender and politics of history. Cadernos Pagu, v.3, p.11-27,1994.
SILVA, Telma Cristina Gomes da. O Interdiscurso no gênero charge: um estudo do discurso humorístico sob a perspectiva da Análise do Discurso francesa. Revista Eletrônica de Linguística, v.6, n.1, 1º semestre, p. 302-321, 2012.
SILVA, Bruna C. de S. L.; SANTOS, Thays C. da. C. O que é feminismo e quais são suas vertentes? In: Ramos, Marcelo Maciel., Brener, Paula Rocha Gouveia., Nicoli, Pedro Augusto Gravatá (orgs). Gênero, Sexualidade e Direito uma introdução (pp. 40 – 49). Belo Horizonte: Editora Initia Via,2016.
SOUZA, Eloisio Moulim de; MORAES, Marcos Winicius Pezete Santos; DUARTE, Pedro Paulo Pinheiro; HIGASHI, Roberto. A produção científica sobre masculinidade na administração: análise dos trabalhos publicados no decênio 2001-2010. Gestão e Sociedade, Belo Horizonte, v.6, n.14, p. 199-218,2012.
SOUZA, Eloisio Moulim; BIANCO, Mônica de Fátima; JUNQUILHO, Gelson Silva. Contestações sobre o Masculino no contexto do trabalho: estudo pós-modernista em mineradoras e siderurgias. Revista de Administração Contemporânea, v.19, n.2, p. 269-287, 2014.
TEYKAL, Carolina Macedo; ROCHA-COUTINHO, Maria Lúcia. O homem atual e a inserção da mulher no mercado de trabalho. Revista Psico, v.38, n.3, p. 262-268, set./dez. 2007.
VOLÓCHINOV, Valentin. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais dos métodos sociológicos na ciência da linguagem. Tradução, notas e glossário de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo – Editora 34, 2017.
WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, v.9, n.2, p.460 -482, 2º semestre 2001.
WANG, May-Lin; JABLONSKI, Bernardo; MAGALHÃES, Andréa Seixas. Identidades Masculinas: Limites e Possibilidades. Psicologia em Revista, v.12, n.9, p.54-65, jun. 2006.
YIN, Robert K. The Case Study Crisis: some answers. Administrative Science Quartely. Cornell University, 26, 1981.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.