PERSPECTIVISMO E COSMOPOLÍTICA EM POLIEDRO DE MURILO MENDES

Autores

  • Lucas de Jesus Santos
Agências de fomento
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Palavras-chave:

Poliedro. Perspectivismo Ameríndio. Cosmopolítica.

Resumo

O presente trabalho visa investigar as relações possíveis entre a poética poliédrica de Murilo Mendes em Poliedro (1972) e a teoria do Perspectivismo Ameríndio de Viveiros de Castro (1996) e Lima (1996). Propõe-se analisar as figurações de seres não-humanos em Poliedro, a fim de demonstrar sua singularidade, apontando indicações de uma possível cosmopolítica subjacente à poética muriliana. A aproximação feita entre as obras referidas aponta para a existência de um espaço intercalar, qual seja, uma esfera cosmopolítica intermundana, cujo princípio relacional elementar é o reconhecimento radical das alteridades possíveis. Nesse sentido, ligam-se as considerações feitas sobre a poética muriliana à proposta cosmopolítica de Isabelle Stengers (2007), apontando para uma reformulação das relações entre antropologia e ficção. A partir de tais considerações, avançam-se, finalmente, certas questões sobre as relações entre antropologia e ficção que impliquem, talvez, em ver a poética, a ficção, não como a deriva contabilizada de nós em torno de nós mesmos, mas como convite a um processo disseminado de metamorfose e alteração transindividual e não intersubjetivo, intra-diferenciado e não identitário.

Downloads

Publicado

14-12-2015

Como Citar

SANTOS, L. de J. PERSPECTIVISMO E COSMOPOLÍTICA EM POLIEDRO DE MURILO MENDES. Línguas & Letras, [S. l.], v. 16, n. 33, 2015. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/12448. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Estudos Literários