Inovação Temática e Epistemológica: Propostas e Desafios Para a Pesquisa em Linguística Aplicada do Século XXI

Autores

  • Claudia Kuns Tomaselli Instituto Federal de Santa Catarina, IFSC
  • Maria Inêz Probst Lucena Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC
Agências de fomento

Palavras-chave:

Discursos emergentes, transitoriedade, estudos da linguagem.

Resumo

O presente trabalho aborda uma reflexão sobre como a Linguística Aplicada tem encaminhado suas pesquisas nos últimos anos e em que tem se debruçado para continuar a sua trajetória e conseguir alcançar e firmar o status que almeja enquanto produtora de conhecimento científico. O artigo destaca os aspectos mais relevantes da Linguística Aplicada, principalmente no Brasil, procurando mostrar o que os maiores nomes da área têm defendido, em que concordam e discordam, como têm direcionado a questão das inovações temáticas e epistemológicas e como as pesquisas atuais colaboram com os estudos linguísticos em geral. O entendimento desse estudo é de que a Linguística Aplicada no Brasil tem conseguido produzir substanciosa teoria proveniente de estudos da linguagem enquanto prática social, articulando pesquisas feitas de maneira transdisciplinar e insistindo na importância de voltar o olhar para os problemas localizados nas margens da modernidade recente. Fica claro, nesta observação, que apesar dos incontáveis desafios para essa área de estudo conquistar o espaço merecido entre outras áreas de prestígio, a Linguística Aplicada tem conseguido mostrar que fazer ciência no contexto atual requer olhares dispostos a abandonar crenças inarredáveis nos conhecimentos disciplinares tradicionais, promovendo pesquisas mais alinhadas com os problemas reais que emergem da superdiversidade da modernidade recente.

http://dx.doi.org/10.5935/1981-4755.20170021

Biografia do Autor

Claudia Kuns Tomaselli, Instituto Federal de Santa Catarina, IFSC

Doutoranda em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Professora de ensino básico, técnico, tecnológico do Instituto Federal de Santa Catarina.

Maria Inêz Probst Lucena, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC

Doutora em Letras – Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua como membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina.

Referências

AILA - CONGRESSO MUNDIAL DE LINGUÍSTICA APLICADA: inovações e desafios epistemológicos na linguística aplicada, 18, Rio de Janeiro. Program overview. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: http://www.aila2017.com.br/images/PROGRAMA_FINAL_v2_200917-min.pdf. Acesso em: 10 set 2017.

BLOOMAERDT, J.; RAMPTON, B. Language and Superdiversity. Diversities, Vol. 13, nº 2, 2011. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002147/214772e.pdf. Acesso em: 21 Ago 2016.

BORTOLINI, L.; GARCEZ, P.; SCHLATTER, M. Práticas linguísticas e identidades em trânsito: espanhol e português em um cotidiano comunitário escolar uruguaio na fronteira com o Brasil. IN: MOITA LOPES, L.P (Org.). Português no século XXI: ideologias linguísticas. São Paulo: Parábola, 2013.

CELANI, M. A. A. Transdisciplinaridade na Linguística Aplicada no Brasil. In: CAVALCANTI, M.C; SIGNORINI, I. Linguística Aplicada e Transdisciplinaridade. Campinas: Mercado das Letras, 1998.

FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Trad. Izabel Magalhães. Brasília: Editora UnB, 2001.

KLEIMAN, A. B. O estatuto disciplinar da Linguística Aplicada: o traçado de um percurso, um rumo para o debate. IN: CAVALCANTI, M.C; SIGNORINI, I. Linguística Aplicada e Transdisciplinaridade. Campinas: Mercado das Letras, 1998.

___________. Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. IN: MOITA LOPES, L.P (Org.). Linguística Aplicada na modernidade recente: festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013.

KUMARAVADIVELU, B. A linguística aplicada na era da globalização. IN: MOITA LOPES, L.P (Org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

MIGNOLO, W. Local Histories/Global Designs. Coloniality, Subaltern Knowledges and Border-Thinking. Princeton: Princeton University Press, 2000.

_________. Histórias locais/Projetos globais: Colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Trad. Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

MOITA LOPES, L.P. Pesquisa interpretativista em linguística aplicada: a linguagem como condição e solução, DELTA, vol.10, n.2, 1994.

_____________. Uma Linguística Aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. IN: MOITA LOPES, L.P (Org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

_____________. Inglês e globalização em uma epistemologia de fronteira: ideologia linguística para tempos híbridos. DELTA, vol. 24, n. 2, 2008.

_____________(Org.). Linguística Aplicada na modernidade recente: festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013a.

_____________(Org.). O português no século XXI: Cenário geopolítico e sociolinguístico. São Paulo: Parábola, 2013b.

PENNYCOOK, A. Performativity and Language Studies. Critical Inquiry in Language Studies: An International Journal, vol.1, n.1, 2004.

____________. Uma linguística Aplicada transgressiva. IN: MOITA LOPES, L.P (Org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: Linguagem, Identidade e a Questão Ética. São Paulo: Parábola, 2003.

______________. Repensar o papel da linguística aplicada. IN: MOITA LOPES, L.P (Org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

ROJO, R. Caminhos para a LA: política linguística, política e globalização. IN: NICOLAIDES, C.; et al. (Org.). Política e políticas linguísticas. Campinas: Pontes, 2013.

VERTOVEC, S. Superdiversity and its implications. Ethnic and Racial Studies, vol.30,n.6, 2007.

Downloads

Publicado

29-12-2017

Como Citar

TOMASELLI, C. K.; LUCENA, M. I. P. Inovação Temática e Epistemológica: Propostas e Desafios Para a Pesquisa em Linguística Aplicada do Século XXI. Línguas & Letras, [S. l.], v. 18, n. 41, p. http://dx.doi.org/10.5935/1981–4755.20170021, 2017. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/17879. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: TEORIAS LINGUÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS