A Memória Coletiva Como Espaço da Literatura Infantojuvenil: O Diabo, Um Personagem Literário Popular nos Contos Infantis

Autores

  • Poliana Leonardeli FACELI (Faculdade de Ensino Superior de Linhares)
Agências de fomento

Palavras-chave:

Diabo, Memória Coletiva, Literatura InfantoJuvenil

Resumo

A partir do século XVII, inúmeros autores, como os irmãos Grimm e Hans Christian Andersen, pesquisaram e, posteriormente, publicaram histórias baseadas no folclore popular europeu. Como o período em que tais fenômenos ocorreram converge com o nascimento da família burguesa, que redirecionou a visão acerca da criança, as histórias produzidas por esses autores acabaram por ser adaptadas ao universo infantil. A figura do diabo fazia parte da memória coletiva europeia, sua presença é notadamente perceptível no ideário da Idade Média, logo, a inserção desse personagem em obras fictícias para crianças tornou-se comum nos enredos infantis da época. O artigo analisará, em alguns contos produzidos entre os séculos XVIII e XIX, as similitudes perceptíveis na criação do personagem, e comprovará seu caráter folclórico, bem como sua construção literária a partir de um denominador coletivo comum: a memória popular, que inspirou as primeiras histórias infantis, uma vez que o gênero antes de ocupar o espaço da escrita, esteve presente na memória dos povos e foi levada de geração a geração por meio da oralidade.

Biografia do Autor

Poliana Leonardeli, FACELI (Faculdade de Ensino Superior de Linhares)

Possui graduação em Letras - Inglês pela Faculdade Castelo Branco (2003) e Mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo (2009). Atualmente é docente efetivo na Secretaria Estadual de Educação (SEDU), onde atua como professor de Língua Portuguesa no Ensino Médio e professor titular na Faculdades Integradas de Linhares (Faceli), atuando nos cursos de Pedagogia e Administração nas ementas de Literatura infantojuvenil, Fundamentos teóricos e metodológicos da Língua Portuguesa e Língua Portuguesa. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa

Referências

ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro: LCT, 1978

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais. (Trad. de Yara Frateschi Vieira). 3. ed. São Paulo/Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1993

__________________. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição revista e corrigida. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, [s.d].

CASCUDO, Luis da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil. São Paulo: Global, 2009.

DELUMEAU, Jean. História do Medo no Ocidente: 1300-1800 uma cidade sitiada. Tradução de Maria Lucia Machado. Tradução das notas Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 5ª reimpressão. 978.

FERRAZ, Salma. O diabo na literatura para crianças. Vertentes (UFSJ. V.43, p. 83-97,2009.

_____________. A esfinge pejada de mistérios: travessias e travessuras de Judas, 2007. Disponível em: http://www.alalite.org/files/IColoquio/docs/Ferraz.pdf. Acesso em: 07 fev. 2019.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. Trad. de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006.

NOGUEIRA, Carlos Roberto F. O diabo no imaginário cristão. São Paulo, Editora Ática, 1986. WATT, Ian. Mitos do individualismo moderno – Fausto, Dom Quixote. Dom Juan, Robinson Crusoé. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1997

MACHADO, Regina. O violino cigano e outros contos de mulheres sábias. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

MAGALHAES, JR. O diabo existe? Rio de Janeiro: Arte Nova, 1973. Tomo I.

MEIRELES, Cecilia. Problemas de Literatura Infantil. São Paulo: Global, 2016.

MESSADIÉ, Gerald: História Geral do Diabo: da Antiguidade à Época Contemporânea. Tradução de Alda Sophie Vinda. Portugal: EuropaAmérica, 2001.

MOURE, Gonzalo. Há razões para ignorar a literatura infantil, diz escritor espanhol. O Estado de São Paulo, São Paulo, 7 mar. 2013. Estadão Educação. Disponível em: https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,ha-razoes-para-ignorar-a-literatura-infantil-diz-escritor-espanhol,1005815 Acesso em: 03 jan. 2019. Entrevista concedida a Aryanne Carraro.

ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a "literatura" medieval. Tradução de FERREIRA, Jerusa Pires; PINHEIRO, Amálio. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

Downloads

Publicado

09-09-2019

Como Citar

LEONARDELI, P. A Memória Coletiva Como Espaço da Literatura Infantojuvenil: O Diabo, Um Personagem Literário Popular nos Contos Infantis. Línguas & Letras, [S. l.], v. 20, n. 47, 2019. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/22153. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ: LITERATURA INFANTIL: DIÁLOGOS E INTERFACES