A NARRATIVA DE CAIO FERNANDO ABREU E A CONFIGURAÇÃO DE UM CAMPO HOMOERÓTICO NAS ARTES BRASILEIRAS

Autores

  • Cyro Roberto de Melo Nascimento

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v10i15.10680

Palavras-chave:

Homoerotismo, Literatura e Artes, Ditadura Militar

Resumo

Entre as décadas de 1960 e 70 inicia-se um processo de desmarginalização do tema da homossexualidade nas artes brasileiras. Neste artigo, buscamos analisar a configuração desse novo campo artístico, em que o desejo homoerótico passa a ser tratado de forma distinta dos discursos tradicionais e preconceituosos que sempre marcaram sua representação. Dentro desse campo, buscamos pensar como a narrativa de Caio Fernando Abreu se insere, por meio de uma escrita que legitima o desejo homoerótico, participando do advento do que seria uma “homotextualidade”, termo que serve para nomear essa nova possibilidade de representação do amor que, até então, “não ousava dizer o nome”. Aliado a outros campos artísticos e sociais, como o teatro, a imprensa e a militância política, a temática homoerótica passa a ocupar um novo espaço, ainda que em conflito com as noções então vigentes de arte engajada voltada para a conscientização da classe trabalhadora.  Em conflito também com condições políticas específicas, como o recrudescimento da Ditadura em 1968 e a abertura política iniciada em fins da década seguinte. Assim, entendemos que esse novo olhar das artes sobre o tema e, especificamente, a escolha de Caio Fernando Abreu em representá-lo literariamente de forma livre, acabam por adquirir um sentido político de resistência. 

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Publicado

12-02-2015

Como Citar

NASCIMENTO, C. R. de M. A NARRATIVA DE CAIO FERNANDO ABREU E A CONFIGURAÇÃO DE UM CAMPO HOMOERÓTICO NAS ARTES BRASILEIRAS. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 10, n. 15, 2015. DOI: 10.48075/rlhm.v10i15.10680. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/10680. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ DITADURAS, MEMÓRIAS E SUAS REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS