Metaficção e polifonia: recursos narrativos presentes em "Cristóbal Nonato" (1987), de Carlos Fuentes

Autores

  • Patrícia Virginia Cuevas Estivil
  • Gilmei Francisco Fleck

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v4i4.1204

Resumo

Neste artigo, pretende-se fazer um estudo da obra de Carlos Fuentes, Cristóbal Nonato (1987), considerado um novo romance histórico de características metaficcionais. O estudo se fixará nos traços polifônicos, dialógicos e metaficcionais dessa nova narrativa. Fernando Ainsa (1988-1991), Linda Hutcheon (1991) e Seymour Menton (1993) definem a metaficção como “ficção sobre ficção” ou como os comentários do narrador sobre o processo de criação da obra. Este aspecto identifica a autoconsciência deste gênero narrativo, traço que se inaugura no primeiro romance moderno do século XVII, Don Quijote de la Mancha (1605). No romance de Fuentes, toma-se como ponto de referências para esta análise a história do México que vem dos subsolos da mente de dois personagens: jovens que são estimulados por um concurso destinado a manter as mentes alienadas das massas trabalhadoras a ter um filho que deveria nascer no dia da comemoração do Quinto Centenário do descobrimento de América. O autor dá voz ao recém-engendrado que, desde o ventre da sua mãe, relata como os reflexos do passado pré-hispânico afetam a história do povo mexicano humilhado e agonizante, esmagado por uma nova ordem social produto da violenta conquista européia. Esta havia deixado suas marcas profundas na cultura latino-americana, mas não havia conseguido apagar as vozes daqueles que, com seu esforço, um dia construíram seus lares, jardins flutuantes, seus templos e divindades. Estas vozes trazem consigo, ainda, os recursos narrativos contemporâneos de uma nova era que faz da América Latina uma terra de grandezas singulares.

Downloads

Publicado

01-01-2000

Como Citar

ESTIVIL, P. V. C.; FLECK, G. F. Metaficção e polifonia: recursos narrativos presentes em "Cristóbal Nonato" (1987), de Carlos Fuentes. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 4, n. 4, p. p. 79–89, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v4i4.1204. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/1204. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos