FILOSOFIA E MISTICISMO EM MEU TIO O IAUARETÊ, DE JOÃO GUIMARÃES ROSA

Autores

  • Francisco Eduardo Vieira
  • Tatiana Simões e Luna

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v12i20.15097

Palavras-chave:

Filosofia, Misticismo, Guimarães Rosa.

Resumo

Este trabalho analisa Meu tio o Iauaretê, conto de João Guimarães Rosa, publicado no livro Estas Estórias, em 1969. Na narrativa, há dois enredos sobrepostos: a ação principal, que se desenvolve na forma de um mono-diálogo entre Macuncozo e o forasteiro e transcorre em tempo cronológico; e as estórias contadas pelo homem-onça, que se estabelecem em tempo psicológico. Primeiramente, apresenta-se uma breve contextualização do conto a partir de seus aspectos composicionais. Em seguida, analisam-se as bases temáticas que desencadeiam a narrativa. Por fim, reflete-se sobre os aspectos míticos da narrativa, desdobrados na questão do dionisismo e da ética. Os principais resultados apontam que os receios do protagonista em revelar e se revelar acarretam a construção vagarosa da narrativa, que culmina com a elucidação de sua metamorfose, se não apresentada, presentificada pelo texto. A noção de não-ser é suscitada a partir das contradições de Macuncozo envolvendo identidade étnica, nomadismo e caráter diabólico do narrador-personagem. Na medida em que ele diz habitar sem hábitos, negando qualquer presença de lugar, faz com que negue também o ser, originando o devir. O dionisismo e a ética consagram-se no ritual metamórfico que celebra a alimentação, a estética e a bravura. Conclui-se que a lógica que se sustenta em Meu tio o Iauretê não é uma lógica anterior e pré-concebida por valores externos, mas sim uma lógica do indivíduo. Por isso, o conto alcança uma dimensão mais ampla, lidando com  problemas como o da raça e do meio, que são universais.

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Publicado

15-12-2016

Como Citar

VIEIRA, F. E.; SIMÕES E LUNA, T. FILOSOFIA E MISTICISMO EM MEU TIO O IAUARETÊ, DE JOÃO GUIMARÃES ROSA. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 12, n. 20, 2016. DOI: 10.48075/rlhm.v12i20.15097. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/15097. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ LITERATURA, DIÁLOGOS TRANSVERSAIS E MEMÓRIA