Leitura de livro paradidático e a produção escrita de reportagens: perspectivas críticas na sala de aula
Palavras-chave:
Gênero discursivo, Reportagem, LeituraResumo
O tema desta pesquisa é o trabalho com desenvolvimento da leitura e produção escrita, especificamente a leitura de livro paradidático e produção de reportagens por alunos do 9° ano do Ensino Fundamental II, de uma escola pública municipal na Zona Leste da cidade de São Paulo. O objetivo geral da intervenção pedagógica foi a leitura de um livro paradidático e a transposição da história para a linguagem jornalística. Especificamente, buscou-se a compreensão do livro Crônicas de Nárnia: o leão, a feiticeira e o guarda-roupa e das características da linguagem literária e a transposição da história para o formato de reportagens, no estilo jornalístico para as revistas Caras, Mundo Estranho, Atrevidinha, Ana Maria e Viagem. O trabalho fundamentou-se no conceito bakhtiniano de gênero discursivo, particularmente os gêneros romance e reportagem, de leitura como produção de sentidos e de características do gênero. Metodologicamente, desenvolveu-se uma pesquisa-ação com 54 estudantes, em duas etapas: primeiramente, leitura do livro paradidático, caracterização dos personagens e dos aspectos sócio-histórico-sociais; em seguida, caracterização do gênero reportagem de revista, estudo do estilo de cada uma das cinco revistas escolhidas em função do público-alvo, produção de reportagens para essas revistas. Como resultados, houve a produção de 30 reportagens para as revistas, com a participação dos alunos de forma efetiva.Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikail M. Estética da criação verbal. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
______. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRAIT, Beth. Bakhtin e a natureza constitutivamente dialógica da linguagem. In: ______. (Org.). Bakhtin, dialogismo e construção de sentido. Campinas: UNICAMP, 2011. p. 87-106.
______. O texto nas reflexões de Bakhtin e do Círculo. In: OLIVEIRA, Ronaldo (Org.). O texto e seus conceitos. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. P. 13-30.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 7. ed. São Paulo: Moderna, 2010.
COSCARELLI, Carla V. Inferência: Afinal o que é isso? Belo Horizonte: FALE/UFMG. Maio, 2003. Disponível em: <http://bbs.metalink.com.br/~lcoscarelli/publica.htm>. Acesso em: 07/08/2016.
DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michele; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p.95-128.
FARIA, Maria A.O. Como usar o jornal na sala de aula. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
FIORIN, José L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.
FRANCO, Maria A. S. A pedagogia da pesquisa-ação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.31, n.3, p.483-502, set/dez, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a11v31n3.pdf>. Acesso em: 04. abr.2016.
KATO, Mary. O aprendizado da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
KOCH, Ingedore.G.V. A construção sociocognitiva da referência. In: MIRANDA, N.S.; NAME, M.C. (org.). Linguística e cognição. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2005a. p. 95-107.
______. A construção dos sentidos no discurso: uma abordagem sociocognitiva. Investigações, v.18, n.2. Recife, p. 9-38, 2005b.
KOCH, Ingedore V.; ELIAS, Vanda .M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.ed. São Paulo: Contexto, 2013.
LOPES-ROSSI, Maria A. G. Procedimentos para estudos de gêneros discursivos da escrita. Revista Intercâmbio, São Paulo, v.15, 2006.
______. A perspectiva dialógica para a leitura crítica de reportagem em sala de aula. Anais do 17º Congresso de Leitura do Brasil (COLE), UNICAMP, 2009. ISSN: 2175-0939. Disponível em: .
MANUAL da redação: Folha de S.Paulo. 18.ed. São Paulo: Publifolha, 2013.
MOITA-LOPES, Luiz P. da. Oficina de lingüística aplicada: a natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas: Mercado de Letras, 1996.
SÃO PAULO. Proposta Curricular de São Paulo: Língua Portuguesa. Coord. Maria Inês Fini. São Paulo: SEE, 2008.
SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. São Paulo: Contexto, 2006.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Os gêneros escolares: das práticas de linguagem aos objetos de ensino. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p.71-91.
SOBRAL, Adail. Ver o texto com os olhos do gênero: uma proposta de análise. Bakhtiniana, São Paulo, v.1, n.1, p. 85-103, 2009.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
SWALES, John M. Sobre modelos de análise do discurso. In: BIASI-RODRIGUES, Bernadete; ARAÚJO, Júlio C.; SOUSA, Socorro C. T. de. (Org.). Gêneros textuais e comunidades discursivas: um diálogo com John Swales. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.33-46.
ZANDWAIS, Ana. Bakhtin/Voloshinov: condições de produção de Marxismo e filosofia da linguagem. In: Bakhtin e o Círculo. BRAIT, Beth (Org.). São Paulo: Contexto, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.