“I-JUCA PIRAMA”: O POEMA-DIORAMA DE GONÇALVES DIAS
Palavras-chave:
Brasil, romantismo, discurso científico, antropologia.Resumo
Neste artigo analisa-se o poema “I-Juca-Pirama” de Gonçalves Dias como expressão do discurso científico vigente na época em que foi escrito, em 1851. O poema é uma clara apologia à figura idealizada do índio, entretanto, sua contribuição etnográfica é também um aspecto que merece ser discutido. A riqueza de detalhes e a inclusão de notas de valor histórico e antropológico fazem com que o poema se delineie como uma espécie de diorama dos rituais antropofágicos das tribos indígenas brasileiras. Em “I-Juca Pirama” há a presença de duas vozes, uma voz lírica (ou épica) e uma outra voz científica-antropológica presente nas notas do poema. As duas vozes não se desautorizam ou concorrem, pelo contrário, são ambas vozes de autoridade. A voz lírica-épica consagrou-se como umas das maiores vozes românticas da poesia brasileira. A voz científica-antropológica das notas, por outro lado, é quase um documento factual, histórico, que serve para validar a lenda do bom-selvagem que se transformou em um dos temas mais importantes no período romântico no Brasil. Em outras palavras, a voz das notas do autor serve para aproximar o poema da realidade, conferindo-lhe um valor histórico, sendo a história aqui entendida como um retrato da “verdade” dos fatos, tal e como ocorreram.
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