A DEPENDÊNCIA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO EM RELAÇÃO AOS FERTILIZANTES IMPORTADOS / The dependence of Brazilian agribusiness on imported fertilizers

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/igepec.v27i1.30129
Agências de fomento
Cnpq

Palavras-chave:

Agronegócio, Fertilizantes, Importação, Competitividade

Resumo

Em vista dos confrontos armados na Ucrânia e as suas consequências negativas para o agronegócio brasileiro, analisou-se o seu nível de dependência com os fertilizantes importados. Justificou-se o estudo devido à elevação nos custos de produção agrícola e às limitações internas no fornecimento de insumos a montante. Para tanto, empregaram-se dados secundários oficiais e análises gráficas e econométricas que identificaram quais os elementos com maior nível de prioridade para os plantadores de soja e milho do Brasil.  Os resultados apontaram que todos os componentes da formulação NPK (nitrogenados, fosfatados e potássios) importados se correlacionam com a produção e produtividade dos grãos em estudo. Nesse contexto, destacou-se a ureia, da qual a Petrobras era um dos fornecedores até 2015. Portanto, a mitigação da subordinação estrangeira no agronegócio brasileiro, passa, a princípio, pela reformulação do setor petroquímico nacional.

Abstract: Recent armed conflicts in Ukraine have caused negative effects on Brazilian agribusiness. Fertilizer supply has been strongly dependent on imported products, focus of this research. Increased costs of national food production due to shortage of national fertilizer production were the main motives for this paper. Data was obtained by governmental institutions and submitted to visual and econometric analysis. It was intended to identify which fertilizer inputs have been crucial for soy and maize producers in Brazil. The results suggested that all elements of NPK (nitrogenous, phosphate, and potassium) were correlated to production and profitability. Furthermore, urea is a core input which Petrobras produced until 2015. In conclusion, the mitigation of external dependence on Brazilian agribusiness requires a reframing of national petrochemical industry.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thiago José Arruda de Oliveira, Embrapa Pesca & Aquicultura

Graduado em Ciências Econômicas (2004-2010) pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Foi pesquisador CAPES nível mestrado (2010-2012) no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional (PGDR) da UFT com período sanduíche (2011) no Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (CEDEPLAR-UFMG), nível doutorado (2013-2017) no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) sendo discente visitante (2015) no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade de Blumenau (FURB), e nível pós-doutorado (2017-2022) no PGDR/UFT. Foi coordenador do projeto financiado pelo CNPq (Chamada Universal n°407847/2018-9) "As transformações da base econômica nas Regiões Produtivas do Agronegócio no Brasil (2020-2022). Atualmente é pesquisador bolsista CNPq DTI - A no projeto n°421502/2017-7 "Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da Aquicultura no Brasil" da Embrapa Pesca & Aquicultura.

Stefan Hubertus Dorner, IFMA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão)

Doutor em Desenvolvimento Regional e Agronegócio pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Toledo, Mestre em Economia Empresarial pela Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro e Graduado em Administração pela Universidade de Colônia na Alemanha (Universitaet zu Koeln). Atualmente é Professor Associado do IFMA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão) na área de Agronegócio/Economia Rural.

Rodrigo Estevam Munhoz de Almeida , Embrapa Pesca & Aquicultura

Graduado em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (2004). Mestrado e Doutorado em Fitotecnia, na área de Sistema de Produção, com ênfase em plantio direto e integração lavoura pecuária, consórcio de culturas, rotação de culturas, adubação nitrogenada, isótopos estáveis (15N) e eficiência de uso do fertilizante nitrogenado no consórcio de milho com braquiária. Tem experiência na área de sistemas agrícolas sustentáveis e manejo de solos tropicais. Atualmente é pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura no núcleo de Sistemas Agrícolas atuando com pesquisas em sistemas de produção integrados (ILP; ILPF), manejo do milho consorciado com capim, manejo sustentável de Plintossolos Pétricos e manejo da fertilidade e adubação de solos tropicais da região do Cerrado

Referências

ALMEIDA, M.; LIMA-DE-OLIVEIRA, R.; SCHNEIDER, B. R. Política industrial e empresas estatais no Brasil: BNDES e Petrobras. Texto para Discussão n°2013, 2014.

ANDA. Associação Nacional para a Difusão de Adubos. Principais Indicadores do Setor de Fertilizantes. Disponível em: <http://anda.org.br/arquivos/>. Acesso em: 06 out. 2022.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em: < https://sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em: 25 abr. 2022a.

BRASIL. Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Disponível em: <https://www.rais.gov.br>. Acesso em: 25 abr. 2022b.

BRASIL. Trade Balance and Foreign Affairs Statisticis of Brazil. Disponível em:<https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt br/assuntos/comercio-exterior/estatisticas>. Acesso em: 27 jul. 2022c.

CEPEA. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. PIB do Agro cresce 8,36% em 2021. Disponível em: <https://www.cepea.esalq.usp.br/br/releases/pib-agro-cepea-pib-do-agro-cresce-8-36-em-2021-participacao-no-pib-brasileiro-chega-a-27 4.aspx#:~:text=Diante%20do%20bom%20desempenho%20do,52%2C63%25%2C%20respectivamente.>. Acesso em: 28 de abril de 2022.

COLUSSI, J.; SCHNITKEY, G. New soybean record: Historical growing of production in Brazil. Farmdoc daily, v. 11, n. 49, 2021.

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Informações Agropecuárias. Disponível em: <https://www.conab.gov.br/info-agro>. Acesso em: 16 ago.2022a.

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Conjunturas da Agropecuária - Soja - Janeiro/2022 - Paraná. Disponível em: <https://www.conab.gov.br>. Acesso em: 17 out.2022b.

CUNHA, R. C.; ESPÍNDOLA, C. J. A dinâmica geoeconômica recente da cadeia produtiva da soja no Brasil e no mundo. GeoTextos, v. 11, n. 1, 10 jul. 2015.

DIAS, V. P.; FERNANDES, E. Fertilizantes: uma visão global sintética. BNDES Setorial, v. 24, p. 97–138, set. 2006.

DONEGA, P. H. C. C.; LIMA, N. C.; SOUZA, G. H. S.; SILVA, C. L. Análise das precificações de ações em empresas agropecuárias da B3. Informe GEPEC, v. 24, n. 2, p. 30–52, 2020. DOI: 10.48075/igepec.v24i2.23916.

DORNER, S.; OLIVEIRA, T.; SCHNEIDER, M. Maranhão: comparação da competitividade dos ciclos da cotonicultura (1755-1970) e da sojicultura (desde 1980). GOT - Journal of Geography and Spatial Planning, n. 16, p. 125–152, 30 mar. 2019.

GOLDSMITH, P.; HIRSCH, R. The Brazilian Soybean Complex. Choices: The magazine of food, farm, and resources issues, v. 21, n. 2, p. 8, 2006.

GONÇALVES, J. S.; FERREIRA, C. R. R. P. T.; SOUZA, S. A. M. Produção nacional de fertilizantes, processo de desconcentração regional e maior dependência externa. Informações Econômicas, v. 38, n. 8, p. 13, ago. 2008.

HAIR, J. F.; BLACK, W.; BABIN, B. J.; ANDERSON, R. E.; TATHAN, R. L. Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman, 2009.

HIRSCHMAN, A. O. Estratégias do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.

HOPEWELL, K. The transformation of state-business relations in an emerging economy: the case of Brazilian agribusiness. Critical perspectives on international business, v. 10, n. 4, p. 291–309, 30 set. 2014.

HOPEWELL, K. The accidental agro-power: constructing comparative advantage in Brazil. New Political Economy, v. 21, n. 6, p. 536–554, nov. 2016.

ILHA, P. C.; LEISMANN, E. L.; RIPPEL, R. A contribuição socioeconômica das cooperativas agroindustriais do Oeste do Paraná. Informe Gepec, v. 15, n.1, p.165-179, jan./jun.2011.

IPEA. Ipea participa da construção do Plano Nacional de Fertilizantes. Disponível em:https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=39026&catid=6&Itemid=4. Acesso em: 11 mar. 2022.

IPEA. Mercados e preços agropecuários. Carta de Conjuntura n°56, nota 19, 2022b.

MARTINELLI, L.; BATISTELLA, M.; SILVA, R. F. B; MORAN, E. Soy expansion and socioeconomic development in municipalities of Brazil. Land, v. 6, n. 3, p. 62, 14 set. 2017.

NEHRING, R. The Brazilian Green Revolution. Political Geography, v. 95, 2022.

OLIVEIRA, T. J. A.; RODRIGUES, W. Uma análise espacial da estrutura produtiva no interior do Brasil: os clusters do agronegócio. Revista Econômica do Nordeste, v. 50, n. 1, p. 153–170, jan. 2019.

OLIVEIRA, T. J. A.; DÖRNER, S.; SCHNEIDER, M. Desenvolvimento econômico no Matopiba: os arranjos produtivos locais da soja. Revista Economia Ensaios, v. 35, n. 2, 11 set. 2020.

OLIVEIRA, T. J. A.; RODRIGUES, W. Interações espaciais: uma análise da relação campo-centralidade urbanas nas regiões agrícolas no Brasil. RPPR, v. 7, n. 1, p. 103–124, abr. 2020a.

OLIVEIRA, T. J. A.; RODRIGUES, W. A difusão do agronegócio nos cerrados do centro norte brasileiro e nas áreas irrigadas da caatinga nordestina. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, v. 13, n. 2, p. 525–546, 11 abr. 2020b.

OLIVEIRA, T. J. A.; RODRIGUES, W. Vulnerabilidade e desenvolvimento das regiões do agronegócio no Brasil (2007/2017). Informe GEPEC, v. 24, n. 2, p. 231–248, 2020c.

OLIVEIRA, T. J. A.; RODRIGUES, W. A agricultura familiar e a base econômica nas regiões do agronegócio: planejando um novo rural no interior do Brasil. Em: Três décadas de planejamento em áreas rurais: balanços e perspectivas. São Carlos: Pedro & João Editores, 2021. p. 261–289.

PEREIRA, A. A.; OLIVEIRA, M. A.; LEAL JÚNIOR, I. C. Custo de transporte e alocação da demanda: análise da rede logística de uma produtora brasileira de fertilizantes nitrogenados. Journal of Transport Literature, v. 10, n. 4, p. 5–9, dez. 2016.

PINTO, E. C. Nacionalismo energético, Petrobras e desenvolvimento brasileiro: a retomada interditada. OIKOS, v. 19, n. 1, p. 142–163, 2020.

RODRIGUES, J. M.; MACHADO, D. G. Evidenciação de custos ambientais em empresas do segmento de adubos e fertilizantes. Revista Conteporânea de Contabilidade, v. 8, n. 15, p. 263–86, jul. 2011.

RODRIGUES, W.; CANNAVALE, V.; TREVISAN, D.; PRATA, D. Uso de marchine learning para a análise de projetos legislativos de desenvolvimento regional: o caso da Zona Franca de Manaus. Informe GEPEC, v. 26, n. 2, p. 127–140, 2022. DOI: 10.48075/igepec.v26i2.28611

WEI, L.; MI, Z; CHUNHE, K; NONNEMBERG, M. J. B.; LIMA, U. M.; BISPO, S. Q. A.; ARAUJO, M.; PEDROSA, F. China-Brazil agricultural trade research. Technical Note n° 7, IPEA, 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.38116/tndinte7.

Downloads

Publicado

07-03-2023

Como Citar

ARRUDA DE OLIVEIRA, T. J.; DORNER, S. H. .; MUNHOZ DE ALMEIDA , R. E. A DEPENDÊNCIA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO EM RELAÇÃO AOS FERTILIZANTES IMPORTADOS / The dependence of Brazilian agribusiness on imported fertilizers. Informe GEPEC, [S. l.], v. 27, n. 1, p. 363–383, 2023. DOI: 10.48075/igepec.v27i1.30129. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/gepec/article/view/30129. Acesso em: 2 maio. 2024.