@article{Grecca_2018, place={Cascavel}, title={O feminino como excesso obsceno em o conto da Aia, de Margeret Atwood}, volume={12}, url={https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/19763}, abstractNote={Este artigo buscará compreender como a narrativa de O conto da aia (1985), distopia feminina da canadense Margaret Atwood, pode ser colocada em diálogo com o conceito de “excesso obsceno”, de Slavoj Žižek (2003), para compreender a formação do universo distópico patriarcal da República de Gilead. Mais do que um bode expiatório, a figura feminina sexualizada e emancipada dos antigos Estados Unidos, cujo caráter revolucionário foi cooptado pelo capitalismo para transformá-lo em uma das peças para o funcionamento do liberalismo econômico, se torna destituída de todos os seus direitos civis na transformação dos EUA em República de Gilead. Nesta nação, as mulheres são respeitadas apenas enquanto instrumento de reprodução, privadas de direitos fundamentais, incluindo o de serem protagonistas de suas próprias histórias. Desta forma, o conceito de excesso obsceno parece auxiliar no entendimento de como uma ideologia é capaz de criar seu próprio excedente, para depois desejar livrar-se dele e convencer a população a exterminá-lo. O conto da aia, ao revelar os processos envolvidos nesta estratégia, reflete criticamente sobre como mesmo uma nação que possui bases democráticas aparentemente consolidadas carrega em si a dimensão fantasmática do radicalismo e do fundamentalismo em suas próprias fissuras, sujeitas a ascenderem e tolherem as liberdades individuais tanto quanto nas sociedades totalitárias. Ou, nas palavras de Žižek (2003, p. 71), retrata o fascismo enquanto excesso obsceno latente do capitalismo, mantendo, nas palavras de Walter Benjamin (1987), uma verdadeira situação de barbárie, a partir do fechamento da história e do silenciamento da voz do oprimido.}, number={2}, journal={Travessias}, author={Grecca, Gabriela Bruschini}, year={2018}, month={ago.}, pages={e19763} }