TY - JOUR AU - Lousa, Pilar Lago e PY - 2018/12/11 Y2 - 2024/03/29 TI - Mulheres anarquivadas: testemunho, violência e condição feminina em Nossa senhora do nilo, de Scholastique Mukasonga JF - Travessias JA - Trav. VL - 12 IS - 3 SE - [DT] GÊNERO: REVISITANDO TEORIAS, MOVIMENTANDO ANÁLISES DO - UR - https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/20902 SP - e20902 AB - <p>O liceu Nossa Senhora do Nilo prepara a elite feminina do Ruanda para assumir seu papel na sociedade. As disputas discursivas, ideológicas e culturais revelam relações de poder opressivas, em que a minoria cotista tutsi é constantemente humilhada por suas colegas Hutus. Em um país marcado pela violência e pelas diferenças étnico-raciais, Scholastique Mukasonga procura dar voz à memória até então obliterada pela prática genocidária. Ao desvelar o dia a dia das alunas, a autora constrói uma narrativa que tensiona o ambiente privado como reflexo de uma sociedade excludente. O teor testemunhal da obra anarquiva esses corpos femininos a fim de revelar uma experiência outra não contemplada pelos processos de reelaboração da memória oficial. Um mosaico de vozes, polifônico e plural, problematiza temáticas como virgindade, feminilidade, violência, estupro, abuso sexual e relações de poder, que também são pautadas por questões de raça e classe. O objetivo deste estudo é fazer uma análise crítica do livro Nossa Senhora do Nilo (2017), de Scholastique Mukasonga, a fim de evidenciar a condição feminina na obra. O processo investigativo se dará sob a perspectiva dos estudos de gênero e os estudos da memória. Para tal, serão utilizados os arcabouços teóricos de Bernard Bruneteau (2006), Catherine Coquio (2004), Geoffrey Hartman (2000), Hélène Piralian (2000), Mahmood Mamdani (2001), Michelle Perrot (2003; 2017), Rebecca Solnit (2017).</p> ER -