Tortura: cinema como fonte de memória
Palavras-chave:
Tortura, Memória, Narrativa Cinematográfica.Resumo
O artigo tem como objetivo a abordagem em torno do regime militar brasileiro, representado por seu ápice, entre o fim da década de 1960 e início da década de 1970. Visa observar as seguintes frentes: o cinema, a tortura e a mulher. Com a finalidade de buscar a compreensão de como foram as escolhas fílmicas em conjunto com o conteúdo histórico. Para isso, as obras cinematográficas “Batismo de Sangue”, de Helvécio Ratton e “A memória que me contam”, de Lúcia Murat, são os pontos de partida das reminiscências de quem viveu o período. O emprego da tortura como recurso jurídico-policial, faz frente nas obras citadas, mote de seus enredos. Os filmes mencionados remontam por meio de linguagens cinematográficas próprias as lembranças de quem viveu o fato discorrido. As recordações das personagens que conduzem os enredos, Frei Tito e Ana, de “Batismo de Sangue” e “A memória que me contam”, respectivamente, evidenciam que a violência não é apenas momentânea, mas sim, pode perdurar até a morte. A perseguição torna-se contínua e os torturadores permanecem ao lado de quem sofreu a agressão, ou seja, na memória. Além disso, a participação da mulher na luta armada e o destaque direcionado a interação feminina na oposição ao regime estabelecido. Para o auxílio nessa discussão, tem-se como base a obra literária; cinematográfica documental e ficcional.
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EM BUSCA de Iara. Direção Flavio Frederico e Mariana Pamplona. Brasil: Kinoscópio, 2013. (91 min), cor e p/b.
EM BUSCA da verdade. Direção Deraldo Goulart e Lorena Maria. Brasil: TV Senado, 2015. (58 min), cor e p/b.
HOJE. Direção Tata Amaral. Brasil: H2O Films, 2011. (87 min), cor.
MEMÓRIA política. Direção Ivan Santos. Brasil: TV Câmara, 2004. (61 min), cor e p/b.
PRA FRENTE Brasil. Direção Roberto Farias. Brasil: Embrafilme, 1982. (108 min), cor.
QUE BOM te ver viva. Direção Lúcia Murat. Brasil: Taiga Filmes, 1989. (97 min), cor.
VLADO – 30 Anos Depois. Direção João Batista De Andrade. Brasil: Oeste Filmes, 2005. (86 min), cor.
ZUZU Angel. Direção Sérgio Rezende. Brasil: Warner Bros. Pictures, 2006. (98 min), cor.
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