Tortura: cinema como fonte de memória

Autores

  • Maria Nathalia Cavalcante Universidade Estadual do Paraná
  • Solange Straube Stecz Universidade Estadual do Paraná
Agências de fomento

Palavras-chave:

Tortura, Memória, Narrativa Cinematográfica.

Resumo

O artigo tem como objetivo a abordagem em torno do regime militar brasileiro, representado por seu ápice, entre o fim da década de 1960 e início da década de 1970. Visa observar as seguintes frentes: o cinema, a tortura e a mulher. Com a finalidade de buscar a compreensão de como foram as escolhas fílmicas em conjunto com o conteúdo histórico. Para isso, as obras cinematográficas “Batismo de Sangue”, de Helvécio Ratton e “A memória que me contam”, de Lúcia Murat, são os pontos de partida das reminiscências de quem viveu o período. O emprego da tortura como recurso jurídico-policial, faz frente nas obras citadas, mote de seus enredos. Os filmes mencionados remontam por meio de linguagens cinematográficas próprias as lembranças de quem viveu o fato discorrido. As recordações das personagens que conduzem os enredos, Frei Tito e Ana, de “Batismo de Sangue” e “A memória que me contam”, respectivamente, evidenciam que a violência não é apenas momentânea, mas sim, pode perdurar até a morte. A perseguição torna-se contínua e os torturadores permanecem ao lado de quem sofreu a agressão, ou seja, na memória. Além disso, a participação da mulher na luta armada e o destaque direcionado a interação feminina na oposição ao regime estabelecido. Para o auxílio nessa discussão, tem-se como base a obra literária; cinematográfica documental e ficcional.

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Biografia do Autor

Maria Nathalia Cavalcante, Universidade Estadual do Paraná

Graduada em Cinema e Vídeo pela Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR  - Campus Curitiba II – faculdade de artes do Paraná/FAP

Solange Straube Stecz, Universidade Estadual do Paraná

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos.Assessora de Comunicação Social da Universidade Estadual do Paraná( atual). Professpra do Curso de Cinema e Audiovisual da Unespar/Campus II/FAP
Membro do Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da UNESCO(Portaria MINC 72 de 17/08/2015) - gestão 2015/2017. Secretaria Nacional do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro – Gestão 2016-2018

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Publicado

26-09-2017

Como Citar

CAVALCANTE, M. N.; STECZ, S. S. Tortura: cinema como fonte de memória. Travessias, Cascavel, v. 11, n. 2, p. e17487, 2017. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/17487. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

[DT] CINEMA, EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E OUTRAS TRAVESSIAS