Masculinidades na escola: uma revisão bibliográfica sistemática nas bases Educ@ e Scielo entre 2008 e 2018

Autores

  • Lucas Périco Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP). https://orcid.org/0000-0002-1564-0815
  • Ricardo Desidério da Silva Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR, Campus de Apucarana) e Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP, Campus de Araraquara) https://orcid.org/0000-0003-2779-2696

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v14i1.23210
Agências de fomento

Palavras-chave:

Educação Sexual, Masculinidades, Escola, Gênero.

Resumo

O ambiente escolar apresenta grande diversidade de pessoas e está sujeito aos conflitos interpessoais, principalmente quando atrelados aos estereótipos de gênero, em especial a masculinidade numa perspectiva biológica, heteronormativa e machista em diversos contextos, inclusive na escola. Assim, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre a masculinidade no contexto escolar através de artigos científicos no período entre janeiro de 2008 e setembro de 2018, disponíveis nas bases de dados Scielo e Educ@. O texto justifica-se por apresentar diferentes perspectivas sobre as masculinidades na escola a partir da produção científica dos últimos 10 anos em bases de dados de destaque. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica sistemática utilizando palavras-chave (masculinidade; masculino; escola; escolar; ensino; gênero) para a busca nas bases de dados e sua categorização. Como resultado, encontraram-se 13 artigos científicos no total, correspondendo 8 na base Educ@ e 5 na base Scielo, que foram classificados em três grandes categorias: Violência e Homofobia, Estereótipos e Relações de Gênero, Formação de Professores; Por meio desses dados, notou-se a grande abordagem dos estereótipos e representações de gênero nos artigos e a pouca abordagem de aspectos relacionados à violência, homofobia e formação de professores. É inviável desvincular os processos discriminatório da escola com os estereótipos reforçadores de gênero que são enraizados na cultura humana. Como reflexão, sugere-se a produção de artigos com maior ênfase no processo formativo do professor e sua atuação, e nas reproduções violentas que ocorrem dentro da escola com desvios dos padrões heteronormativos.

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Biografia do Autor

Lucas Périco, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP).

Licenciado em Ciências Biológicas (FCAV/UNESP) e Mestrando em Educação Sexual (FCLAr/UNESP)

Ricardo Desidério da Silva, Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR, Campus de Apucarana) e Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP, Campus de Araraquara)

Doutor em Educação Escolar na linha de pesquisa em Sexualidade, Cultura e Educação Sexual pela UNESP/Araraquara. Pós-doutorando junto ao Núcleo de Estudos da Sexualidade (NUSEX, UNESP, Araraquara). Pedagogo e também Licenciado em Ciências e Matemática. Mestre em Educação para a Ciência pela Universidade Estadual de Maringá-PR. Pesquisador nos Grupos SexualidadeVida/USP-CNPq, EDUSEX-Formação de Educadores e Educação Sexual (UDESC) e Grupo de pesquisa sobre educação e sexualidade- GEPEX (UNIOESTE). É avaliador do MEC/INEP para os cursos de Pedagogia (PORTARIA Nº 430, DE 29 DE MAIO DE 2018), consultor de matérias para o site UOL/Mulher/Comportamento; foi professor de Ciências e Matemática na Educação Básica da Rede Pública Estadual do Paraná no período de 1998 a 2015. Atualmente é Professor e Coordenador de Estágio do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR, Campus de Apucarana) e docente no Programa de Pós-graduação em Educação Sexual, nível de mestrado da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Araraquara, SP.

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Publicado

09-04-2020

Como Citar

PÉRICO, L.; DA SILVA, R. D. Masculinidades na escola: uma revisão bibliográfica sistemática nas bases Educ@ e Scielo entre 2008 e 2018. Travessias, Cascavel, v. 14, n. 1, p. e23210, 2020. DOI: 10.48075/rt.v14i1.23210. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/23210. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

EDUCAÇÃO