O mito de Che Guevara na fotografia e no cinema

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Agências de fomento
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Palavras-chave:

Mito, Che Guevara, Cinebiografia, Documentário biográfico.

Resumo

Che Guevara é ainda hoje uma imagem que se distingue por sua ubiquidade . A figura de Che vestindo uma boina, olhando para o horizonte, representa o mito que cerca a figura de Guevara e é uma daquelas imagens facilmente reconhecidas ao redor do mundo. Mais de cinquenta anos após a morte de Ernesto Guevara, a imagem de Che nos surpreende por sua ubiquidade. Che ressurge em camisetas, fotografias, no cinema e em diversas outras formas, inclusive como santo laico em La Higuera, na Bolívia. Executado em outubro de 1967, sua imagem parece sobreviver e se multiplicar à revelia de seu corpo, o que, somado ao uso comercial e religioso da imagem de Che, leva a alguns acadêmicos a defenderem o esvaziamento completo do seu sentido político. Contudo, tendo em vista que para Barthes (1991) o mito é um sistema semiológico de dois níveis em que o segundo depende do primeiro significado para sobreviver, eu questiono a retórica de aniquilação de sentido político a partir da análise de como dois filmes - Os Diários de Motocicleta (DIÁRIOS, 2004) e El Che: Investigando uma Lenda (EL CHE, 1998) – recriam Che Guevara. Analiso também a relação entre o mito de Che e duas fotografias –  a de Alberto Korda e a de Freddy Alborta – relacionando-as com os filmes.

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Biografia do Autor

Olegario da Costa Maya Neto, Universidade Federal de Santa Catarina

acharel e Licenciado pela Universidade Federal de Santa Catarina (2014). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Inglês da UFSC. Atualmente, cursa doutorado no Programa de Pós-Graduação em Inglês, UFSC. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura e cinema, narrativas de viagem, adaptação, cinema latino-americano, cinebiografia, documentários.

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Publicado

26-12-2019

Como Citar

MAYA NETO, O. da C. O mito de Che Guevara na fotografia e no cinema. Travessias, Cascavel, v. 13, n. 3, p. e23219, 2019. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/23219. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

LITERÁRIA