Baudolino e a literatura picaresca

Autores

  • Wellington Ricardo Fioruci

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v2i2.1166

Resumo

Tendo em vista a importância dos recursos intertextuais e paródicos no que concerne aos estudos de análise literária comparativa, é possível observar um intenso diálogo, ainda que separado por séculos de história, entre as obras picarescas espanholas dos séculos XVI e XVII e o romance medievalista de Umberto Eco, Baudolino(2000), autor italiano contemporâneo. Umberto Eco empreende em seu romance uma viagem de volta à Idade Média, em uma narração que certamente deve muito ao romance picaresco, pois se por um lado seu protagonista não nega suas características de pícaro, por outro a obra se pauta por uma leitura das vicissitudes históricas da época, compondo um imenso painel paródico em que se entremesclam erudição, fábula e história. A presente comunicação tem por objetivo traçar, primeiramente, no que se refere ao âmbito das personagens, uma analogia entre o personagem picaresco Lázaro, protagonista antiheróico por excelência da obra anônima Lazarillo de Tormes, e o italiano Baudolino no que diz respeito a sua “aprendizagem”, ou ainda, a sua não-evolução; por outro lado, o presente trabalho destacará o processo de des(re)construção da história propiciado pelo recurso paródico em ambos os romances, cuja tônica reside na eficiência de sua linguagem dialógica e desmitificadora.

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Publicado

01-01-2000

Como Citar

FIORUCI, W. R. Baudolino e a literatura picaresca. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 2, n. 2, p. p. 09–14, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v2i2.1166. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/1166. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos