A PRESENÇA DE UMA AUSÊNCIA: UMA LEITURA DE DOIS CONTOS DE MIGUEL SANCHES NETO

Autores

  • Alzira Fabiana de Christo UNICENTRO

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v13i21.16824
Agências de fomento
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Capes.

Palavras-chave:

Literatura contemporânea, Memória, Infância, Ausentes.

Resumo

O presente artigo traz uma discussão sobre algumas características da literatura memorialista contemporânea a partir da leitura de “Jogar com os mortos” e “O tamanho do mundo”, contos extraídos do livro Então você quer ser escritor? (2011), de Miguel Sanches Neto. Nessas narrativas, por meio de seus personagens, o escritor recupera uma série de imagens da infância. Devido a esse retorno ao passado estar presente em sua obra, Miguel Sanches Neto é um simulador da memória conforme o termo cunhado por Aleida Assmann (2011). Desde Chove sobre minha infância (2000), seu primeiro livro publicado, passando por Venho de um país obscuro, Herdando uma biblioteca, Hóspede secreto (2003), até chegar em A bíblia de Che (2016),  a arte da memória é constante. Em praticamente todos os seus livros o retorno ao passado e as imagens da infância estão presentes: se não ocorre por meio de simulações de lembranças das personagens, o autor resgata temas ou eventos que com o tempo e as mudanças econômicas e sociais foram se perdendo. Nesse sentido, o autor se vale da arte da memória como recurso principal para “disparar” a lembrança e a faculdade da memória na sociedade atual. Seus textos são mídias em que o escritor fala de uma outra sociedade a fim de refletir sobre esta em que vivemos. Por meio de seus livros, o autor não só resgata o tempo passado, mas também cria associações em que os leitores despertam lembranças próprias. Neste artigo, especificamente, a reflexão é sobre “os outros”, ou seja, entes queridos que continuam nos influenciando. Em meio a uma sociedade que dispõe de vários recursos para arquivar a memória, Miguel Sanches Neto nos lembra de que a memória e as lembranças do passado – pessoas, objetos, acontecimentos – precisam permanecer latentes e, ainda que elas não sejam as ideais, é preciso aprender a conviver com elas.

Biografia do Autor

Alzira Fabiana de Christo, UNICENTRO

Doutora em Letras (Estudos Literários) e Professora do Departamento de Letras, da Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO.

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Publicado

24-07-2017

Como Citar

DE CHRISTO, A. F. A PRESENÇA DE UMA AUSÊNCIA: UMA LEITURA DE DOIS CONTOS DE MIGUEL SANCHES NETO. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 13, n. 21, p. 363–380, 2017. DOI: 10.48075/rlhm.v13i21.16824. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/16824. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

PESQUISA EM LETRAS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO E LITERATURA, ENSINO E CULTURA