O conceito de pessoa e a axiologia scheleriana

Resumo

A presente pesquisa tem por tema o conceito de pessoa (Person) na filosofia de Max Scheler (1874-1928). Esse permite visão abrangente de mais de um período da obra filosófica de nosso autor, de sorte que o trabalho deverá identificar e reunir pontos em que o objeto (a pessoa) aparece e pode ser tratado como um corpus. No entanto, nossa ideia é a de considerar mais detidamente a obra Ética (1913). Nosso objetivo geral face ao tema é o de determinar: Como o conceito de pessoa se desdobra na filosofia de Max Scheler? Com este, a questão pelo conceito de pessoa é colocada na busca pela fenomenologia axiológica na obra deste filósofo. Para Scheler, tal conceito expressa uma unidade concreta de atos, na qual os valores morais são as qualidades essenciais de tais atos, assim, o bom ou o mau, o bem ou o mal, são manifestações da pessoa. Para o autor, atos não podem ser objetos, sendo vivências carregadas das marcas das pessoas a quem pertencem. Para Scheler, a pessoa é mais do que seus atos, é um espírito indeterminado, pois aprende transitando entre as esferas materiais do mundo, assim a pessoa é um espírito ligado a vida, um ser não apenas racional, mas também sentimental. Antes, no entanto, de chegar a realizar este, precisa-se ocupar de objetivos específicos: a) apresentar um esboço do conceito de pessoa na obra de Scheler, dando mostras de sua amplitude; c) indicar a relação entre o conceito de pessoa com sua filosofia dos valores. A pesquisa julga sustentar as seguintes teses schelerianas: 1) o conceito de pessoa é pensado como central em toda a obra scheleriana, dando uma noção da grande envergadura em sua obra e que perfaz um arco que vai das obras iniciais até os escritos tardios do filósofo; 2) há uma ligação entre a noção de pessoa e a fenomenologia axiológica, questões vivas no seio da Ética.