A missão desfetichizadora da arte na estética de György Lukács
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33063Palavras-chave:
Lukács, Sociedade, Arte, CapitalismoResumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar a função social da arte no contexto capitalista a partir de György Lukács. Em sua obra Estética I: a peculiaridade do estético, publicada em 1963, o filósofo húngaro busca analisar a gênese do fato estético, como a arte surge na história da humanidade. Mais que uma análise histórica, Lukács faz uma análise da categoria primordial para essa gênese, o trabalho. Aliado à linguagem, o trabalho é categoria fundante da consciência humana, e junto aos outros fatores, como a mímesis, magia e religião, torna a arte possível, elevando cada vez mais a capacidade humana de refletir sobre si e sobre o mundo circundante. Esta apresentação não se aterá ao processo de separação e desenvolvimento da mímesis artística em detrimento da magia. Essa superação ocorreu num dado momento histórico e concede lugar à ampliação da consciência do ser humano e seu desenvolvimento na arte e na ciência. Contudo, se faz necessário esclarecer o conceito mimético, para melhor compreensão do seu resgate no pensamento lukácsiano. Partindo desse ponto, lançar-se-á um olhar sobre a arte enquanto reflexo da realidade que se configura no aqui e agora da sociedade. Para o filósofo, a arte possui a capacidade de refletir a realidade, o aqui e agora do momento histórico, ou, como ele mesmo diz, utilizando a expressão latina, o hinc et nunc. Desde a gênese e em todo o desenvolvimento da sociedade, a arte cumpre sua função dentro do contexto social em direção à autoconsciência humana. Tal função é demonstrada pela possibilidade da evocação da realidade objetiva. Pautando nessa definição, é que, a seguir, será tratado o tema da arte frente à realidade social do capitalismo, na tentativa de compreender a arte como desfetichizadora, ou seja, capaz de retirar o ser humano da heterogeneidade para a homogeneidade. Sendo assim, para Lukács, cabe à arte retirá-lo da condição fragmentada da cotidianidade e colocá-lo em contato com o gênero humano.
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