A filosofia como unidade sistemática nas introduções da crítica do juízo de Kant
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33097Keywords:
Filosofia, Sistema, Crítica do Juízo, KantAbstract
Este ensaio versa, de modo introdutório, sobre o tema da filosofia como unidade sistemática no pensamento kantiano, levando em conta o exame das Primeira (1789-90) e Segunda (1790) Introduções à Crítica da faculdade de juízo. A problemática concerne em compreender o modo pelo qual o filósofo propôs dar conta da superação do abismo entre os domínios teórico e prático da razão na Terceira Crítica, visto que, no contraste com as duas primeiras Críticas, ele tematiza o caráter sistemático da filosofia de um modo mais abrangente e satisfatório. Ao apresentar o modo pelo qual explicitou a ideia da filosofia como um sistema nas duas Introduções, busca-se contrastar a perspectiva trazida com a apresentada na Crítica da razão pura (A arquitetônica da razão), no qual as concepções de sistema e de doutrina estavam ainda insuficientemente fundamentadas. Enquanto noções que servem de guia para Kant explicitar a diferença conceitual entre a perspectiva reflexionante e a determinante da faculdade de julgar na teoria do conhecimento, a noção de sistema mostra-se relevante em face da divisão tripartite das faculdades de conhecimento: entendimento, Juízo e razão. Visto que até pouco antes da publicação da primeira Introdução da CFJ a Filosofia era dividida apenas em duas partes, em filosofia teórica e filosofia prática, com o surgimento da primeira Introdução da CFJ, Kant fez modificações nesta concepção, vindo a constituir a razão, por analogia, como uma unidade orgânica, e passando a postulá-la como um sistema (unidade sistemática). Assim, desde o acréscimo da faculdade de juízo reflexionante, Kant trouxe uma nova ordem de organização das faculdades superiores de conhecimento, as quais realizam suas operações segundo princípios a priori. Nossa tarefa será mostrar o percurso percorrido até chegar à constatação da razão como compondo, efetivamente, uma totalidade, orgânica e sistemática, assentada no fato de seus produtos serem admitidos como organizados pela mesma unidade racional. Isso só será possível graças à nova apresentação da divisão da filosofia, reordenada não mais pela díade, razão teórica e razão prática, mas por uma divisão múltipla dos poderes de conhecimento.
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