Heráclito de Éfeso
uma interpretação à luz de Friedrich Nietzsche
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v13i1.34919Palabras clave:
Filosofia Antiga, Pré-socráticos, PrincípioResumen
O saber filosófico entra em curso justamente em uma atmosfera onde acontece um diálogo espiritual sublime cujos grandes homens são, entre outros, Tales, Anaximandro, Heráclito e Parmênides, também conhecidos como pré-socráticos. Esses pensadores originários buscaram compreender a natureza do real. O tema a ser abordado neste texto é a resposta dada por Heráclito à questão acerca do princípio (arché) da physis. O pensar, despido do Mito, traz em si a seguinte questão: qual é o elemento imutável em meio às mudanças, afecções e transformações? Qual é o princípio que dá início a tudo e permanece como pano de fundo indispensável para a sustentação da realidade? Eis o horizonte de questionamento a partir do qual este texto é elaborado. O objetivo geral é delinear como se dá a passagem para a Filosofia, bem como apresentar, à luz de F. Nietzsche, a resposta de Heráclito àquelas perguntas. Os objetivos específicos são: a) meditar acerca do que é isto - a Filosofia; b) esclarecer a que tipo de questão, em essência, os primeiros filósofos se debruçaram, quer dizer, desde onde se dão suas formulações e cosmovisões; c) por fim, dizer qual lugar ocupa Heráclito nesse diálogo espiritual sublime entre os pré-socráticos e que cosmo-visão nos apresenta. O pensador de Éfeso conservou tão somente um mundo que “nada mostra de permanente, nada de indestrutível, nenhum baluarte no seu fluxo” (Nietzsche, 2002, p. 40) – em que sentido se dá esta afirmação? A relevância do presente estudo está na contribuição à reflexão acerca dos inicíos do pensamento filosófico, portanto, grego. Os Manuais de História da Filosofia Antiga, geralmente, não se detêm com rigor às questões que parecem estar em jogo nesse âmbito de pensamento, culminando em falsas simplificações das ideias dos filósofos primordiais ou mesmo os considerando apenas como “primeiros cientistas”, “físicos”. A importância deste estudo, ainda que bastante lacônico, é mostrar que havia um pano de fundo que fundava os primeiros fragmentos filosóficos. Recorrer-se-á, para a realização das pretensões que competem ao estudo, principalmente, os próprios fragmentos textuais, e a interpretação interposta por Nietzsche no manuscrito A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos (1873). Assim, espera-se ser possível concluir com o texto que: à época nascia, talvez pela primeira vez na história do Ocidente, uma genuína preocupação com a unidade da realidade. Espera-se, também, mostrar, para além da pseudo-noção de que os primeiros filósofos foram simples ingênuos desprovidos de ciência, que nesse modo de ser pré-socrático reina uma ousadia jamais vista, na qual pela primeira vez, em um universo tão heterogêneo, complexo e mutável, buscou-se anunciar um princípio ao qual todo o real estaria assentado, diz-se: arché.
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