Intersecções entre Shakespeare e Maquiavel
a composição dramática de Ricardo III
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v13i1.35814Palavras-chave:
Ambição e desonestidade, Dissimulação e manipulação, Glória política, Luta pelo poder, Virtù e fortunaResumo
Versa-se sobre o processo de composição dramática do vilão shakespeariano de Ricardo III e seu caminho até o poder, identificando intersecções entre a peça de Shakespeare e a obra O Príncipe, de Maquiavel. Expõe-se que Ricardo utiliza a dissimulação e manipulação como artifícios para usurpar o trono e, em seu ímpeto pela glória, o personagem é uma expressão dramática do desejo por poder. Argumenta-se que Shakespeare não cria um arquétipo do “vilão deformado”, mas um protagonista que questiona a aparência e a moralidade como condicionantes da ação e, assim, destaca que o poder não reside apenas na ocupação de um cargo, mas também na manipulação simbólica e discursiva. Por fim, apresenta-se que o personagem realiza uma dissonância entre aparência e realidade com seu discurso, aproximando-se das naturezas animais enunciadas em O Príncipe. Conclui-se que o aspecto predominante na composição dramática de Ricardo é a negação absoluta da existência e da força da virtude. O personagem vê a si mesmo como o único critério e parâmetro para suas ações: realizar-se está acima de qualquer implicação, seja difamar o próprio irmão, ordenar o assassinato de opositores, ou prender e encomendar a morte de seus sobrinhos ainda crianças.
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