Geografia e questão ambiental, da teoria à práxis
DOI:
https://doi.org/10.48075/amb.v1i1.22686Palavras-chave:
totalidade, espaço geográfico, território, ambiente, povos tradicionaisResumo
A proposta deste ensaio é a de expressar uma leitura da geografia, enfatizando a questão ambiental. A proposição parte da discussão sobre a compartimentação/fragmentação disciplinar, para tratar da contemporaneidade da Geografia brasileira, na qual se evidencia o contraponto entre compartimentação, fragmentação e totalidade. Para estabelecer esta proposta analítica, põem-se em discussão as categorias de localização, de diferenciação, de distribuição e de conexão. Finalmente, destaca-se a importância de uma reorientação na ciência geográfica, frisando o papel dos sujeitos da análise. Centra-se esta construção na necessidade de promover uma reflexão sobre a análise geográfica, sob a perspectiva totalizante, neste caso, em discussões a respeito da questão ambiental. Neste sentido, aborda-se totalidade/totalização como um processo que distingue constituintes, na análise, sem, contudo, desconsiderar as conexões. Constitui o resultado de reflexões iniciadas a partir de Suertegaray (1988) e continuadas no NEGA/UFRGS (desde 2003) e que, mais particularmente, se revelam neste artigo, através do debate entre seus autores, a partir de suas experiências em pesquisa e em extensão, junto aos povos tradicionais, sobretudo, comunidades ribeirinhas.
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