Discussão dos determinantes do investimento externo direto na China a partir dos anos 1990

Resumo

A China tem se destacado mundialmente por seu forte
crescimento econômico, 10,3% em média no período de 1980 a 2000,
e por caracterizar-se como um importante receptor de Investimento
Externo Direto (IED), acumulando de 1979 a 2000 um total de
US$ 346 bilhões, configurando-se como a principal nação
absorvedora dessa modalidade de capital, entre os países em desenvolvimento.
Os estímulos à entrada de IED se iniciaram no
final da década de 1970, mas até o início dos anos 1990 os fluxos
não foram expressivos. Foi a partir de 1991 que a China passou a
atrair IED em volumes crescentes, tanto que em 1997 atingiu US$
44,23 bilhões. Diante disso, este trabalho objetiva discutir alguns
dos condicionantes internos que explicam o direcionamento do
IED para a China a partir dos anos 1990. Constatou-se que o IED
foi fortemente atraído para o país dada a importância de suas
especificidades locais, como o tamanho e o potencial de crescimento
do mercado consumidor e a mão-de-obra abundante, barata e
com relativa qualificação. Um outro condicionante relevante foi a
estabilidade e previsibilidade das políticas macroeconômicas
adotadas pelo governo chinês. Ademais, também se observou o
papel do governo na condução das políticas de incentivos fiscais,
de marketing e de concorrência, além da sua atuação na adoção de
medidas práticas visando regulamentar e reduzir as restrições impostas
a esse tipo de capital.