Da passagem para o trágico:
uma introdução à estética filosófica a partir de Kant e Nietzsche
DOI:
https://doi.org/10.48075/rd.v10i2.33566Resumo
Nossa investigação permeia o contexto do movimento cultural alemão dos séculos XVIII e XIX, mais precisamente dois de seus expoentes: Immanuel Kant e Friedrich Nietzsche. Objetivamos compreender o desenvolvimento do assim chamado pensamento
trágico, e, portanto, oferecemos uma introdução ao que seria a estética, pois nos colocaremos em meio a ela. Preliminarmente, importa destacar que não tratamos esse movimento como uma evolução, no sentido positivista, portanto nos esforçaremos por
marcar nossa posição hermenêutica nesta empresa interpretativa. Longe da pretensiosidade de saltar por sobre a história deste conceito, pretendemos investigar seus desdobramentos no âmbito do pensamento de formação (Bildung) alemã, que ganharia
ensejo na filosofia de Kant e que, idealizado a partir do renascimento da cultura grega, ganharia contornos decisivos com Nietzsche. Em nosso desenvolvimento faz-se relação entre o conceito kantiano de sublime, e a experiência do trágico, tal como descrita por Nietzsche. Neste caminho esperamos elucidar o desenvolvimento do ideal de formação a partir dos gregos: não se compreende que é pela complacência entre faculdades que reconhecem e alcançam seus limites como quisera Kant, tampouco pela beleza das formas como queriam os românticos, ambos “sereno-joviais”, mas, antes, precisamente pela expressão da falta de um sentido determinante, que nos faculta criar, é que se dá o essencial da visão de mundo grega. Nietzsche “transvalora” este pensamento como “metafísica de artista”, e não mais se considera estritamente o âmbito estético, mas, sim, o cosmológico. Visto que estes impulsos, pensados no sentido de uma psicologia fundamental (ou seja, metafisicamente), configuram uma disposição existencial essencialmente humana, a saber: interpretar, avaliar, ajuizar, - de todo modo,
compreender. Em nosso intento pretendemos formular uma compreensão desta tradição, permeada pela singular disposição do horizonte significativo que é próprio de nosso tempo.
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