“Tem espaço para todas”: as estratégias de relacionamento de maquiadoras profissionais em um contexto binacional
DOI:
https://doi.org/10.48075/revex.v20i1.24812Palavras-chave:
Coopetição, Estratégias de relacionamento, Profissionais da maquiagem.Resumo
O objetivo deste estudo é analisar como se configuram as estratégias de relacionamento entre maquiadoras profissionais na fronteira de Santana do Livramento e Rivera, e dessa forma apresentar dados sobre um grupo já analisado, por isso o seu caráter descritivo. A pesquisa é qualitativa, e o método escolhido foi o de estudo narrativo. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturado, em que os resultados foram analisados por meio da técnica de análise interpretativa. A profissão de maquiadora é uma oportunidade de negócio que vêm crescendo na fronteira em questão. O estudo apontou para a coopetição como a principal estratégia presente entre as profissionais entrevistadas. Algumas estão dispostas a auxiliar as iniciantes do setor e as colegas de profissão já estabelecidas, mostrando que há evidências de coopetição e de colaboração. Grupos de cooperação são vistos como algo benéfico e até almejado, para quem trabalha de forma mais isolada, bem como em parceria. A competição foi vista como algo positivo, pois abre oportunidades de especialização e novos produtos para oferecer aos clientes. A pesquisa vem a contribuir para a área de estratégias de relacionamento com foco em empreendimentos hegemonicamente femininos, sendo de caráter autônomo e micro empresarial. O instrumento utilizado para a coleta dos dados pode ser aplicado em estudos semelhantes. Os resultados apontam estratégias de relacionamento que podem ser adotadas por quem trabalha nesse setor, tendo em vista a influenciar novas práticas de gestão em negócios.
Palavras-chave: Coopetição. Estratégias de relacionamento. Profissionais da maquiagem.
ABSTRACT
The aim of this study is to analyze how they are configured as a relationship between professional makeup on the border of Santana do Livramento and Rivera, and thus present data on a group already analyzed, hence its descriptive character. The research is qualitative, and the method chosen was that of narrative study. The data collection instrument was a semi-structured interview script in which the results were found using the interpretative analysis technique. The makeup profession is a business opportunity that will multiply at the border. The study pointed to coopetition as the main strategy among the interviewed professionals. Some are willing to assist as begginers in the industry and as colleagues in an existing profession showing that there is evidence of coopetition and collaboration. Groups are seen as beneficial and even desired for those who work in a more isolated way as well as in partnership. The competition was seen as something positive as it opens up opportunities for specialization and new products to offer customers. The research contributes to the relationship area with a focus on hegemonically female ventures being autonomous and micro business. The instrument used for data collection can be applied in similar studies. The results point to relationship implementations that can be adopted by those who work in this sector in view of new business management practices.
Keywords: Coopetition. Relationship Strategies. Makeup professionals.
Referências
BAIARDI, A. Competição e competição/cooperação. Organizações & Sociedade, v. 15, n. 45, p. 47-60, 2008.
BARNARD, C. As funções do Executivo. São Paulo: Edições Sílabo, 1979.
BARNEY, J. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991.
BENGTSSON, M.; ERIKSSON, J.; WINCENT, J. Co‐opetition dynamics–an outline for further inquiry. Competitiveness Review: An International Business Journal, v. 20, n. 2, p. 194-214, 2010.
BENGTSSON, M.; KOCK, S. “Coopetition” in business Networks - to cooperate and compete simultaneously. Industrial marketing management, v. 29, n. 5, p. 411-426, 2000.
BENGTSSON, M.; KOCK, S. Coopetition - Quo vadis? Past accomplishments and future challenges. Industrial marketing management, v. 43, n. 2, p. 180-188, 2014.
CEZAR, B. G. et al. Estratégias de relacionamento na venda direta: um estudo entre revendedoras de cosméticos. Revista Expectativa, v. 17, n. 1, p. 28-53, 2018.
CRESWELL, J. W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014. 342 p. (Série Métodos de Pesquisa).
DAGNINO, G., PADULA, G. Coopetition strategy: a new kind of interfirm dynamics for value creation. 2009. Disponível em: http://ecsocman.hse.ru/data/977/644/1219/coopetition.pdf. Acesso em: 29 abr. 2020.
DOLIŃSKA, M. Knowledge based development of innovative companies with in the framework of innovation networks. Innovation, v. 17, n. 3, p. 323-340, 2015.
FACHIN, O. Fundamentos de Metodologia. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
GHEMAWAT, P. Competition and business strategy in historical perspective. Business history review, v. 76, n. 1, p. 37-74, 2002.
G1. Crescimento no mercado de beleza cria demanda por profissionalização. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/lafi-cosmeticos/noticia/2019/07/18/crescimento-no-mercado-de-beleza-cria-demanda-por-profissionalizacao.ghtml. Acesso em: 27 out. 2020.
GNYAWALI, D. R.; PARK, B. J. Co‐opetition and technological innovation in small and medium‐sized enterprises: A multilevel conceptual model. Journal of small business management, v. 47, n. 3, p. 308-330, 2009.
HAMEL, G.; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
IBGE. Cidades. Santana do Livramento. 2016. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/santana-do-livramento/pesquisa/38/46996. Acesso em 20 abr. 2020.
KHANNA, T.; GULATI, R.; NOHRIA, N. The dynamics of learning alliances: Competition, cooperation, and relative scope. Strategic management journal, v. 19, n. 3, p. 193-210, 1998.
LADO, A. A.; BOYD, N. G.; HANLON, S. C. Competition, cooperation, and the search for economic rents: a syncretic model. Academy of management review, v. 22, n. 1, p. 110-141, 1997.
LAVOR, L. Discriminação entre mulheres e redes de apoio feminino no trabalho. Monografia. Universidade de Brasília, Brasília, 2018
LORENTZIADIS, R. A. B. Cooperação Organizacional: sua importância e promoção sob os aspectos da motivação e da personalidade. 75 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2002.
LORENZONI, F. F. Maquia-me: o personal branding sob a visão de influenciadoras do segmento da maquiagem profissional de Porto Alegre, presentes no Instagram. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Comunicação Social) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.
MAYO, E. Hawthorne and the western electric company. Public Administration: Concepts and Cases, p. 149-158, 1949.
MINTZBERG, H. et al. Some surprising things about collaboration-knowing how people connect makes it work better. Organizational dynamics, v. 25, n. 1, p. 60-72, 1996.
MOTTA, F. C. P. O que é burocracia. São Paulo: Brasiliense, 1994.
NALEBUFF, B. J.; BRANDENBURGER, A. Co-opetição: 1. um conceito revolucionário que combina competição com cooperação, 2. a estratégia da teoria do jogo que está mudando o jogo dos negócios. Rocco, 1996.
OLIVEIRA, N. S. A carreira de maquiadores: um estudo de trajetórias profissionais. Monografia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
PORTER, M. E.; KRAMER, M. R. Estratégia e sociedade: o vínculo entre vantagem competitiva e a responsabilidade social das empresas. Competição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
PRAHALAD, C. K; HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harvard Business Review, v. 68, n. 3, p. 79-91, 1990.
SENAC. Estética: setor permanece em alta. 2016. Disponível em: http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=a20352.htm&template=&unit=. Acesso em 17 abr. 2020.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2017
SILVEIRA, L. M. D.; SANTOS, J. L. S.; HANSEN, P. B. Coopetição e Inovação: Uma Análise das Publicações Científicas na Base Web Of Science. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 19, p. 78-95, jan./dez. 2018
SILVEIRA, M. E.; ALDA, L. S. Nós, mulheres: a importância da sororidade e do empoderamento feminino. In: SEMINÁRIO CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE, VIII. Anais [...] Rio Grande: FURG, 2018.
STAKE, R. E. Pesquisa qualitativa: estudando como as coisas funcionam. Porto Alegre: Penso, 2011.
TEIXEIRA, S. L. Estratégias de Internacionalização: Um Modelo para as PME. Aplicação à indústria portuguesa do calçado. In: JORNADAS HISPANO-LUSAS DE GESTIÓN CIENTÍFICA, XIII. Anais [...] Osuna, 2003. Disponível em: http://www.ti.usc.es/lugo-xiii-hispano-lusas/pdf/01_ESTRATEGIA/51_leite.pdf. Acesso em: 15 de abr. 2019.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
WILKINSON, I.; YOUNG, L. On cooperating: firms, relations and networks. Journal of business research, v. 55, n. 2, p. 123-132, 2002.
WINCKLER, N. C.; MOLINARI, G. T. Competição, colaboração, cooperação e coopetição: revendo os conceitos em estratégias interorganizacionais. Revista ADMpg Gestão Estratégica, v. 4, n. 1, p. 1-12, 2011.
XIA, T.; LIU, X. Foreign competition and innovation: the mediating role of imitation. British Journal of Management, v. 29, n. 3, p. 464-482, 2018.
ZINELDIN, M. Co-opetition: the organisation of the future. Marketing Intelligence & Planning, v. 22, n. 7, p. 780-790, 2004.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.