Uma análise do home office e dos seus impactos causados no âmbito do conflito trabalho-família
DOI:
https://doi.org/10.48075/revex.v21i3.28450Palavras-chave:
Home office, Conflito Trabalho-Família, COVID-19Resumo
O presente estudo buscou analisar o trabalho no home office e os seus impactos causados no âmbito do conflito trabalho-família. Nesta senda, com a inserção da COVID-19, as organizações implementaram trabalho remoto e os colaboradores começaram a trabalhar em home office, desencadeando consequências causadas no âmbito trabalho-família. Esse estudo se caracteriza como descritivo com abordagem quantitativa, compondo uma amostra de 49 respondentes. Quanto ao procedimento técnico, foi aplicado o levantamento de dados por meio de uma survey. Para a coleta de dados, utilizou-se a escala conflito trabalho-família validada por Bastos et al. (2014). Foi possível perceber os impactos do home office no âmbito trabalho-família, visto que as demandas do trabalho interferem na vida familiar (x = 4,35), bem como as demandas da família interferem nas atividades de trabalho (x = 3,16). Os respondentes afirmaram que os maiores desafios enfrentados foram não ter acesso às ferramentas ou informações necessárias para realizar o trabalho (n = 15) e manter uma rotina de trabalho regular (n = 24). Quanto à satisfação no trabalho, em relação às condições, 38,77% dos respondentes afirmaram que se o home office continuar por mais tempo as organizações terão que tomar medidas cabíveis para aprimorar essa forma de trabalho. Sugere-se para pesquisas futuras, a realização de estudos com abordagem mista, com o público multifacetado e com a inserção de outras características de perfil.
ABSTRACT
This study sought to analyze the home office and its impacts caused in the context of work-family conflict. In this path, with the insertion of COVID-19, organizations implemented remote work and employees began to work from home offices, triggering consequences in the work-family scope. This study is characterized as descriptive with a quantitative approach, comprising a sample of 49 respondents. As for the technical procedure, data collection was applied through a survey. For data collection, the work-family conflict scale validated by Bastos et al. (2014) was used. It was possible to perceive the impacts of the home office in the work-family context, as the demands of work interfere in family life (x = 4.35), as well as the demands of the family interfere in work activities (x = 3.16). Respondents stated that the biggest challenges they faced were not having access to the tools or information necessary to carry out the work (n = 15) and maintaining a regular work routine (n = 24). As for job satisfaction, in relation to conditions, 38.77% of respondents said that if the home office continues for longer, it is necessary to take appropriate measures to improve this way of working. The sample studied is a limitation of this study, so it is suggested for future research to carry out studies with a mixed approach, with a multifaceted public and with the inclusion of other profile characteristics.
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