Imagens que narram: memória, testemunho e ativismo intelectual em Nuevo coronavirus y buen gobierno. Memorias de la pandemia de Covid-19 en Perú (2021), de Edilberto Jiménez Quispe

Resumo

Este artigo coloca em evidência a relação entre memoria, testemunho e ativismo a partir da experiencia intelectual e artística do jornalista, antropólogo e retablista peruano Edilberto Jiménez Quispe en Nuevo coronavirus y buen gobierno Memorias de la pandemia de Covid-19 en Perú (2021). Assim como em Chungui Violencia y trazos de memoria (2005), obra de registro e denúncia de eventos de violência e abusos contra os direitos humanos durante o Conflito Armado Interno do Peru (1980-2000), em seu mais recente livro de testemunhos literários e visuais sobre o enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Peru, Jiménez Quispe nos apresenta um repertório amplo e diversificado de experiências narradas e visibiliza a vulnerabilidade pela qual peruanos e peruanos estiveram submetidos. Assim, em relação a este livro cabe levantar questões como: o que distingue e aproxima o fazer artístico de Jiménez Quispe nestes dois projetos de escrituras que tentam narrar experiências da memória coletiva em situações de crise? Como se dá a relação entre memória, testemunho e ativismo intelectual e artístico nestas produções? Ao refletir sobre exemplos presentes no livro sinalizarei como o trabalho de ativismo intelectual realizado por Jiménez Quispe alcança uma qualidade sanadora por mobilizar o afeto, o cuidado e vínculos coletivos nas diferentes comunidades nas quais transita como intelectual errante e implicado.