MANIPULÁVEIS NO ENSINO DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL EM LIVROS DIDÁTICOS: UM OLHAR PELA TEORIA DOS REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO SEMIÓTICA
DOI:
https://doi.org/10.48075/ReBECEM.2025.v.9.n.2.33722Palavras-chave:
Materiais Manipulativos, Registros de Representação Semiótica, Análise de livro didático, Sistema de Numeração DecimalResumo
O uso de materiais manipuláveis para ensinar o Sistema de Numeração Decimal (SND) tem sido recomendado por vários pesquisadores da Educação Matemática, sendo fortemente indicado em livros didáticos (LD) dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Neste artigo, à luz da Teoria dos Registros de Representação Semiótica, discutimos os aspectos semióticos desempenhados por alguns manipuláveis. Discutimos as contribuições dos materiais manipuláveis indicados em uma coleção de LD dos Anos Iniciais para o ensino do SND. Para isso, analisamos os livros da ‘Coleção Bem Me Quer Matemática’ e neles identificamos os três tipos de manipuláveis mais indicados: os blocos base dez, o ábaco e o dinheirinho de papel, e analisamos extratos representativos com a utilização desses materiais. Como resultado, destacamos que esses materiais contribuem como representações auxiliares para o ensino do SND, sobretudo no estímulo de atividades cognitivas de tratamento e conversão, e ainda, apresentamos também algumas situações de uso inadequadas.
Downloads
Referências
BJÖRKLUND, C. Less is more – mathematical manipulatives in early childhood education. Early Child Development and Care, London, v. 18, n. 3, 469-485, 2014.
BURGOS, N. T.; CASTILLO, A. I. C.; MONTES, A. M. L. Metodologías para reforzar la literacidad y el respeto por los libros. Tercio creciente, Jaén, v. 7, n. 2, p. 89-102, 2020.
BRAGA, Gloria María. El análisis de libros de texto: una estrategia metodológica en la formación de los profesionales de la educación. Revista complutense de educación, Madri, v. 27, n. 1, p. 199-218, 2016.
BROWN, M. C.; McNEIL, M. M.; GLENBERG, A. M. Concretude na educação: problemas reais, soluções potenciais. Perspectivas do Desenvolvimento Infantil, v. 3, n. 3, p. 160-164, 2009.
CARRAHER, T. N.; CARRAHER, D. W.; SCHLIEMANN, A. D. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez Editora, 1988.
CHARALAMBOUS, C. Y. et al. A comparative analysis of the addition and subtraction of fractions in textbooks from three countries. Mathematical thinking and learning, v. 12, n. 2, p. 117-151, 2010.
DIENES, Z. P. Aprendizado moderno da Matemática. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970.
DUVAL, R. Los problemas fundamentales en el aprendizaje de las matemáticas y las formas superiores en el desarrollo cognitivo. Traducción de M. V. Restrepo. Cali: Universidad del Valle, 2001.
DUVAL, R. Semiosis y pensamiento humano: registros semióticos y aprendizajes intelectuales. Traducción de M. V. Restrepo. Santiago de Cali: Universidad del Valle, Instituto de Educación y Pedagogía, Grupo de Educación Matemática, 2004.
DUVAL, R. Semiosis y pensamiento humano: registros semióticos y aprendizajes intelectuales. (2.ª ed.). Traducción de M. V. Restrepo. Cali: Universidad del Valle, 2007.
DUVAL, R. Ver e ensinar a matemática de outra forma: entrar no modo matemático de pensar, os registros de representações semióticas. Trad. de M. A. Dias. São Paulo: PROEM, 2011.
DUVAL, R. Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo do pensamento. Trad. de Méricles T. Moretti. Revemat, Florianópolis, v. 7, n. 2, p. 1-42, 2012.
FAN, L. Textbook research as scientific research: towards a common ground on issues and methods of research on mathematics textbooks. ZDM Mathematics Education, v. 45, n. 1, p. 765-777, 2013.
FAN, L.; ZHU, Y.; MIAO, Z. Textbook research in mathematics education: development status and directions. ZDM Mathematics Education, v. 45, n. 1, p. 633-646, set, 2013.
FIORENTINI, D. Alguns modos de ver e conceber o ensino da matemática no Brasil. Zetetiké, v. 3, n. 4, p. 1-37, 1995.
FIORENTINI, D.; MIORIM, M. A. Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no Ensino da Matemática. Boletim da SBEM-SP, v. 4, n. 7, p. 5-10, 1990.
FURNER, Joseph M.; WORRELL, Nancy L. The importance of using manipulatives in teaching math today. Transformations, v. 3, n. 1, p. 2-20, 2017.
GIFFORD, S.; ROCKLIFFE, F. Mathematics difficulties: does one approach fit all? Research in Mathematics Education, v. 14, n. 1, p. 1-15, 2012.
GLASERSFELD, E. An exposition of constructivism: why some like it radical. In. DAVIS, R. B. et al. (Eds.). Monographs of the journal for research in mathematics education. Reston: National Council of Teachers of Mathematics, v. 8, n. 2, p. 19-29, 1990.
KILPATRICK, J.; SWAFFORD, J.; FINDELL, B. (Eds.). Adding It Up: Helping Children Learn Mathematics. Washington: National Academy Press, 2001.
LASKI, Elida V. et al. O que torna os manipulativos matemáticos eficazes? Lições de ciência cognitiva e educação Montessori. SAGE Open, v. 5, n. 2, 2015.
LORENZATO, S. (Org.). O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Vol. 1. Campinas: Autores Associados, 2006.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Em Aberto, v. 5, n. 1, p. 1-31, 1986.
MORETTI, M. T.; BAERLE, L. M. O uso de Representações Auxiliares na Aprendizagem Matemática: um Olhar Semiocognitivo segundo Raymond Duval. Educação Matemática em Pesquisa, v. 24, n.1, p. 582-610, 2022.
MORETTI, M. T.; SABEL, E. Florilégio de pesquisas que envolvem a teoria semiocognitiva de aprendizagem matemática de Raymond Duval. Vol 2. Florianópolis: GPEEM/UFSC, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/251609
MOYER, Patricia S. Are we having fun yet? How teachers use manipulatives to teach mathematics. Educational Studies in mathematics, v. 47, n. 2, p. 175-197, 2001.
MURARI, C. Experienciando materiais manipulativos para o ensino e a aprendizagem da Matemática. Boletim de Educação Matemática, 25(41), 187-211, 2011.
NACARATO, A. M. Eu trabalho primeiro no concreto. Revista de Educação Matemática, v. 9, n. 1, p. 1-6, 2005.
PIAGET, J. et al. Abstração reflexionante: relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Trad. de F. Becker e P. G. da Silva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
RUBINSTEIN, C. et al. Bem-me-quer mais: matemática, 1º ano: manual de práticas e acompanhamento de aprendizagem. São Paulo: Editora do Brasil, 2021a.
RUBINSTEIN, C. et al. Bem-me-quer mais: matemática, 2º ano: manual de práticas e acompanhamento de aprendizagem. São Paulo: Editora do Brasil, 2021b.
RUBINSTEIN, C. et al. Bem-me-quer mais: matemática, 3º ano: manual de práticas e acompanhamento de aprendizagem. São Paulo: Editora do Brasil, 2021c.
RUBINSTEIN, C. et al. Bem-me-quer mais: matemática, 4º ano: manual de práticas e acompanhamento de aprendizagem. São Paulo: Editora do Brasil, 2021d.
RUBINSTEIN, C. et al. Bem-me-quer mais: matemática, 5º ano: manual de práticas e acompanhamento de aprendizagem. São Paulo: Editora do Brasil, 2021e.
SABEL, E.; PIRES, E. M.; SILVEIRA, E. Materiais Manipulativos: uma análise de definição e caracterização no Ensino de Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental. In. ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, Brasília, 2022. Anais... Brasília: [s.n.], 2022.
SABEL, E; SILVEIRA, E. Representações auxiliares na aprendizagem matemática: o caso dos materiais manipulativos no ensino do sistema de numeração decimal. Revemat, Florianópolis, v. 18, n. 1, 2023. DOI: https://doi.org/10.5007/1981-1322.2023.e93906
SILVEIRA, E.; POWELL, A. Representações e Indicações de Uso de Materiais Manipulativos em Livros Didáticos de Primeiro ao Quinto Ano: Serão Consistentes? In. XIII ENEM - ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, Cuiabá, 2019. Anais... Cuiabá: [s.n..], 2019.
SILVEIRA, E. Materiais manipuláveis e alguns riscos que envolvem sua utilização. In. E. SILVEIRA, E. et al. (Org.). Alfabetização na perspectiva do letramento: letras e números nas práticas sociais. Vol. 1. Florianópolis: NUP-CED-UFSC, p. 221-240, 2016.
SILVEIRA, E. Afinal, está certo ou errado? Um estudo sobre indicações de uso de blocos base dez em livros didáticos de matemática no Brasil. In. VII SIPEM - SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, Foz do Iguaçu, 2018. Anais... Foz do Iguaçu: [s.n..], 2018.
SILVEIRA, E. A Study on the indications to the use of Base Ten Blocks and Green Chips in Mathematics textbooks in Brazil. The Mathematics Enthusiast, 18(3), 469-501, 2021
SILVEIRA, E.; POWELL, A. B.; GRANDO, R. C. Materiais manipulativos em educação matemática. In. SILVEIRA, E. et al. (Orgs.). Glossário de Verbetes em Educação Matemática. [s.l.]: [s.n.]. [2024, no prelo].
UTTAL, D. H. On the relation between play and symbolic thought: the case of mathematics manipulatives. In. SARACHO, O. N.; SPODEK, B. (Eds.). Contemporary perspectives on play in early childhood education. Charlotte: Information Age Publishing, v. 7, n. 1, p. 97-114, 2003.
UTTAL, D. H.; SCUDDER, K. V.; DELOACHE, J. S. Manipulatives as symbols: A new perspective on the use of concrete objects to teach mathematics. Journal of applied developmental psychology, v. 18, n. 1, p. 37-54, 1997.
VYGOTSKY, L. S. O instrumento e o símbolo no desenvolvimento da criança. In. A formação Social da mente. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 3-20.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Eduardo Sabel, Everaldo Silveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.