A Representação do Feminino no Poema Sevilha de Murilo Mendes
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v3i3.1185Resumo
Quando Murilo Mendes escreve Tempo Espanhol entre 1955 e 1958, a exploração das sensações une-se em maior grau com os dados concretos da história cultural da Espanha e revela já uma atitude próxima da experimentação da vanguarda concretista, que transfigura o discurso convencional; o autor capta o dinamismo da civilização espanhola e transpõe em versos criativos, organicamente críticos para falar da fisionomia de um povo exuberante e multifacetado. No poema Sevilha, pode-se depreender no texto as imagens que se organizam numa rede indireta e determinam a predominância do feminino; essa simbologia dimensiona o horizonte perceptivo e estabelece um instante que é experiência e representação. As palavras intensamente plásticas constroem o espaço textual para a contemplação e a admiração. Compelido ao trabalho literário, Murilo Mendes admite o entrecruzamento entre os vários planos, realidade e sonho, vivido e imaginário, passado e presente; o escritor baseia a sua escrita na sensação e na verdadeira força operante dos desdobramentos, e da pluralidade da construção da consciência de si. Prevalece, portanto, a formulação da poesia como jogo estético, capaz de dissolver o tempo e transitar entre as metáforas: todos esses fatores encontram-se mergulhados nas circunstâncias estruturais que a lírica moderna tornou elemento comum a partir de seu precursor Baudelaire, tencionando os estratos racionais enquanto critério dominante, pelo comportamento estilístico inquieto, para um pólo de produção que se desprende da realidade temporal, espacial e objetiva.Downloads
Publicado
01-01-2000
Como Citar
VIEIRA, D. S. A Representação do Feminino no Poema Sevilha de Murilo Mendes. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 3, n. 3, p. p. 129–136, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v3i3.1185. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/1185. Acesso em: 4 nov. 2024.
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