Flora Tristan: de Pária a Personagem de Ficção
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v3i3.1189Resumo
Pouco estudada no Brasil, a obra de Flora Tristan passou a despertar maior interesse quando se publicou Tour de France (1980). Sua faceta de mulher, socialista, “feminista”, escritora e viajante deixou marcas profundas na história das mulheres do século XIX. Sua variada produção escrita perpassou os vários gêneros como o ensaio crítico, a autobiografia e o romance. Contudo, sua expressão maior está na tentativa de construção de uma sociedade mais justa para as mulheres e os trabalhadores em uma França marcada pela desigualdade social. Embora não tivesse por objetivo a insurreição, a experiência de Flora como pesquisadora e organizadora da União Operária (1843) despertou a vigilância das autoridades, sendo muitas vezes perseguida pela polícia por ser considerada uma ameaça à sociedade. Em 1838 publicou Pérégrinations d’une paria, obra que retrata sua viagem ao Peru para encontrar a família e reaver a herança paterna, ao mesmo tempo que analisa a realidade social peruana e a condição da mulher nesta sociedade. Pérégrinations d’une paria marca o início de Flora como escritora e feminista e, juntamente com Tour de France são o leitmotiv do romance El paraíso en la otra esquina (2003) de Mario Vargas Llosa. Nesta obra, Tristan é convertida em personagem de ficção, permanecendo seu papel feminista e revolucionário na visão do narrador do romance. Nosso objetivo aqui é analisar a construção da personagem por meio das intermediações contraditórias do narrador que ao mesmo tempo recupera e defende a obra de Flora e dissemina um olhar masculino sobre a escritora.Downloads
Publicado
01-01-2000
Como Citar
FIUZA, A. A. de F. Flora Tristan: de Pária a Personagem de Ficção. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 3, n. 3, p. p. 169–176, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v3i3.1189. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/1189. Acesso em: 20 abr. 2025.
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