Os diários de juventude de Liev Tolstói: fonte de sua obra literária
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v4i4.1213Resumo
O crítico francês Alain Girard (1996), até agora considerado um dos principais analistas do diário como gênero literário, observa que o crescente e constante aumento de publicações de diários íntimos de autores desta e de todas as épocas obedece a uma exigência dos leitores que parecem ávidos de revelações íntimas. Mas o íntimo, como assinala a espanhola Laura Freixas (1996), não se limita ao amor e ao erotismo. É por essa razão que o diário íntimo de um autor de literatura se torna interessante: a obra de não ficção contém chaves para a compreensão do pensamento do autor e pode também nos mostrar o processo de construção da obra de ficção. Por outras palavras, os diários constituem uma fonte da obra literária. É o que podemos verificar mediante a leitura dos diários de juventude de Liev Tolstói. Os pensamentos por ele traçados desde o primeiro ano de seu diário não são simplesmente retomados ao longo dos muitos anos de seu diário (1847-1910), mas se transformam, como afirma Chklóvski (1980), em um programa. Esse programa é, para Tolstói, o estabelecimento de um objetivo de vida e sua realização se serve da criação artística. Nesse contexto, resulta interessante analisar o nascimento da idéia de amor – um dos temas fundamentais da obra e do pensamento tolstoianos – presente no primeiro ano do diário de Tolstói, quando tinha 19 anos, e contrastá-lo com o tema de amor desenvolvido em Sonata a Kreutzer (2000), obra publicada pela primeira vez em língua russa em 1891 – em versão incompleta por disposição da censura –, quando Tolstói tinha 63 anos.Downloads
Publicado
01-01-2000
Como Citar
ERASSO, N. C. Q. Os diários de juventude de Liev Tolstói: fonte de sua obra literária. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 4, n. 4, p. p. 185–192, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v4i4.1213. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/1213. Acesso em: 3 nov. 2024.
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Artigos
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