Orfeu e o viajante em "Marinheiro de primeira viagem", de Osman Lins

Autores

  • Darcy Attanasio Ramos

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v4i4.1219

Resumo

O escritor Osman Lins, pernambucano de Vitória de Santo Antão, em 1961, fez sua primeira viagem à Europa como bolsista da Alliance Française. Durante sua permanência, além de estudar francês e estar vinculado ao jornal O Estado de S. Paulo, como colaborador, ele traça um plano cultural para explorar inteligentemente o grande acervo cultural que o Velho Continente abriga. Após um período de seis meses, ele retorna ao Brasil completamente envolvido por tudo o que viu e ouviu em suas visitas culturais, e decide compartilhar suas memórias com os leitores. Escreve então Marinheiro de primeira viagem, que vem a público em 1963. O que nos chama a atenção não são somente os relatos da experiência da viagem em fragmentos narrativos curtos e caracterizados por um diálogo entre o real e as obras de arte pictóricas, literárias, filosóficas, ou vinculados a notícias do cotidiano, entre outros recursos, mas um outro aspecto do trabalho: o modo de ligação entre os relatos. A relação entre eles não se estabelece pela linearidade narrativa, mas pela forma circular em que o livro foi inscrito. Além dessa estrutura de alcance mítico, há a referência ao mito de Orfeu, que assume papel estratégico em Marinheiro de primeira viagem, imprimindo-lhe uma poética dominante, em que forma e conteúdo interpenetram-se.

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Publicado

01-01-2000

Como Citar

RAMOS, D. A. Orfeu e o viajante em "Marinheiro de primeira viagem", de Osman Lins. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 4, n. 4, p. p. 241–251, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v4i4.1219. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/1219. Acesso em: 3 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos