Navegando pelos mares da memória
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v4i4.1220Resumo
A partir de estudos sobre as imbricações em torno do real e do ficcional, da concepção agostiniana de tempo e da recuperação da memória, o objetivo deste trabalho é analisar como a narrativa ficcional se “apropria” da realidade e a representa em seu interior - de forma ficcionalizada, mas sempre apontando para o referencial representado – em duas obras da escritora Ana Maria Machado: O mar nunca transborda (1995) e Bisa Bia Bisa Bel (1990). Em ambas, Ana Maria Machado tematiza o resgate da memória individual e coletiva, tratando de reconstruir a imagem da formação da nação brasileira e seu passado recente sob o prisma feminino, enfatizando o papel social da mulher na consolidação da nação e construção da identidade nacional. É possível afirmar que Ana Maria Machado, ao selecionar, combinar e trabalhar dados da realidade, ficcionaliza-os. Ao trazer à narrativa dados da história brasileira, a escritora não mostra o real, mas o representa pelo viés do imaginário. A história, recuperada pela literatura, passa a ser ficção, mas não perde seu referencial externo.Downloads
Publicado
01-01-2000
Como Citar
LOTTERMANN, C. Navegando pelos mares da memória. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 4, n. 4, p. p. 253–262, 2000. DOI: 10.48075/rlhm.v4i4.1220. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/1220. Acesso em: 3 nov. 2024.
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