Da história-problema à narrativa micro-histórica

Autores

  • Daniel Vecchio Alves Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v13i21.16831
Agências de fomento
CNPq

Palavras-chave:

Micro-história, Narrativa, Possibilidade, Significado, Carlo Ginzburg

Resumo

O surgimento da micro-história é geralmente associado à reação a um certo estilo de história social que seguia desde meados do século XX sob os auspícios do modelo da história econômica, empregando métodos quantitativos e descrevendo tendências gerais, sem atribuir muita importância à variedade ou à especificidade de culturas locais. No entanto, neste artigo, veremos que, depois desse desgastado embate, a micro-história parece ter ganhado muita importância num outro embate: ela parece ser uma estratégia historiográfica adequada para ultrapassar o desafio cético que recentemente subjugara a história ao nominalismo, como de fato ocorre nos estudos de Fraçois Furet, Paul Veyne e Hayden White. Essa história nominalista, ou história conceitual, ignora motivos, intenções, sujeitos e procura causas não intencionais, afastando a história de uma relação mais estreita com o vivido e com o tempo. Diante disso, concluímos que assim como os narrativistas tradicionais eram ingênuos quanto à confiança na capacidade do historiador de reconstituir o real enquanto tal, os conceitualistas eram confiantes demais na capacidade explicativa dos seus conceitos artificiais e abstratos. Por fim, ressaltaremos a micro-história como uma historiografia alternativa para explorar o passado vivido juntamente à polissemia de sua representação narrativa.

Biografia do Autor

Daniel Vecchio Alves, Universidade Estadual de Campinas

Possui licenciatura em História pela Universidade Federal de Viçosa (2010) e mestrado em Letras (Estudos Literários) pela mesma instituição (2013). Atualmente, cursa o doutorado em História Cultural pela Unicamp (2014) e o lato sensu em Docência no Ensino Superior pelo Senac-SP. Desenvolve pesquisas sobre os hibridismos entre História e Literatura, a História dos Imaginários, em especial o Imaginário Português, a Literatura Ibérica de Viagens dos séculos XV e XVI, a Historiografia dos Descobrimentos Ultramarinos, a História da Literatura e o Romance Português. Faz parte dos Grupos de Pesquisa NEP (Núcleo de Estudos Portugueses da UFV) e Mare Liberum (Centro de Estudos e Referências sobre a Cartografia Histórica da Unicamp).

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Publicado

24-07-2017

Como Citar

ALVES, D. V. Da história-problema à narrativa micro-histórica. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 13, n. 21, p. 417–441, 2017. DOI: 10.48075/rlhm.v13i21.16831. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/16831. Acesso em: 3 nov. 2024.

Edição

Seção

PESQUISA EM LETRAS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO E LITERATURA, ENSINO E CULTURA