SUBJETIVAÇÃO E RE (CONSTRUÇÃO) DE IDENTIDADE DA MULHER AFRO-AMERICANA EM EU SEI POR QUE O PÁSSARO CANTA NA GAIOLA (2018), DE MAYA ANGELOU: DO SILENCIAMENTO À ESCREVIVÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.27834Palavras-chave:
Subjetivação. (Re) construção de Identidade. Mulher afro-americana. Maya Angelou.Resumo
O presente artigo objetiva apresentar uma análise interpretativa da obra autobiográfica Eu sei por que o pássaro canta na gaiola (2018), da escritora afro-americana Maya Angelou, publicada originalmente em 1969 sob o título I know why the bird sings in the cage. Nessa obra, as travessias – norte e sul – exerceram um papel fundamental na vida e na formação da narradora-personagem-protagonista Maya. É no correr desse ir e vir que ela conhece as trancas das gaiolas - os choques culturais que ressaltam o binômio hegemonia versus minoria, o racismo, o preconceito e o abuso. Entretanto, é nesse processo também que ela descobre um meio de resistir, ao perceber, por intermédio do silenciamento, a escrevivência[1] como uma possível chave para a libertação de todos os pássaros emudecidos ao longo da História. Por fim, para nortear a leitura, o trabalho se ancora nos pressupostos teóricos dos Estudos Culturais e Feministas.
[1] O termo “escrevivência”, que nos valemos neste estudo, foi cunhado pela escritora brasileira Conceição Evaristo e traz consigo, conforme ela própria pontua em uma entrevista: a imagem de “todo um processo histórico que as africanas e suas descendentes escravizadas no Brasil passaram. [...] E essa escrevivência, ela vai partir, ela toma como mote de criação justamente a vivência. Ou a vivência do ponto de vista pessoal mesmo, ou a vivência do ponto de vista coletivo (EVARISTO, 2017).
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