A reinvenção da conquista
metaficção historiográfica e transculturação em El largo atardecer del caminante
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v20i36.33649Resumo
Imersa no contexto da pós-modernidade, parte significativa da literatura latino-americana contemporânea costuma ter como características predominantes o questionamento do passado, a defesa da pluralidade étnica e o estímulo a fusão entre realidade e imaginação. Sabendo disso, o presente trabalho tem por objetivo analisar a obra El largo atardecer del caminante (1992), de Abel Posse, buscando identificar como essa narrativa ficcional subverte o discurso histórico dominante acerca da colonização. No desenvolvimento desse estudo, as noções de metaficção historiográfica (Hutcheon, 1991) e transculturação narrativa (Rama, 1987) são mobilizadas, uma vez que ambos os conceitos colaboram para a reavaliação da história colonial, especialmente no que se refere a relação entre os colonizadores europeus e os povos indígenas. Em termos de resultado, observou-se que a obra de Abel Posse reinventa o passado colonial preenchendo com ficção as lacunas na vida do conquistador espanhol Alvar Nuñez Cabeza de Vaca. Ao fazer isso, El largo atardecer del caminante contesta a dicotomia entre cultura civilizada e cultura selvagem, postulando a existência de uma relação de simbiose entre aspectos culturais estrangeiros e nativos. Tal relação é simbolizada por meio da transformação vivida por Cabeza de Vaca. Ao conviver com os indígenas por vários anos, ele incorpora elementos culturais dos povos originários e, ao mesmo tempo, transfere traços culturais da sociedade europeia.
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