Quando o real escorre pelas tintas:

a autoficção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rlhm.v20i36.33772

Resumo

A proposta deste artigo é aquela de enunciar algumas notas sobre o que se conhece contemporaneamente como autoficção e, sobretudo, sobre suas relações, por vezes bastante nebulosas, com o real e a verdade. Adota-se, aqui, como hipótese norteadora desta leitura, a perspectiva segundo a qual a autoficção põe em cena um sujeito de escritura que, porque ser de linguagem, propõe uma narrativa de si movimentada pela memória, memória pouco fiável e, por isso mesmo, essencialmente fabuladora. Ainda, mas não menos relevante: assume-se aqui que a autoficção é toda trabalhada por diálogos inextricáveis entre o interior e o exterior – entre o íntimo e o “fora” −, entre o “Eu” e o(s) “Outro(s)”.

Biografia do Autor

Leila de Aguiar Costa, EFLCH-UNIFESP

Professora Associada no Departamento de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Letras da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/UNIFESP) desde 2009. Mestre em Literatura Francesa pela Universidade de São Paulo, Doutora em Sciences du langage pela École de Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS/Paris-França), Pós-doutora pela Faculdade de Ciências e Letras da UNESP (Campus Araraquara), pelo Instituto de Estudos da Linguagem e pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP. É autora de A italianidade em Stendhal: heroísmo, virtude e paixão nas Crônicas Italianas e em A Cartuxa de Parma (São Paulo: Editora da Unesp, 2003), de Antigos e Modernos: a cena literária na França do século XVII (São Paulo: Nankin Editorial/Edusp, 2009), de diversos capítulos sobre Literatura francesa, portuguesa, literatura comparada e estudos literários publicados no Brasil, em Portugal e no Canadá, e, finalmente,  é autora sobre os mesmos assuntos de artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. É ainda tradutora literária de textos franceses: La princesse de Clèves, de Madame de Lafayette; Armance e Racine e Shakespeare, de Stendhal; Tratados da vida moderna e Ilusões perdidas, de Balzac; Bel Ami de Maupassant — assim como de Maupassant traduziu dois contos (“A mulher de Paul” e “Odisseia de uma moça”) publicados na coleção A margem das Edições Barbatana —, de A fisiologia do flâneur de Louis Huart, Croquis parisienses de J.K.Huysmans e de A balada do cálamo, de Atiq Rahimi. Enfim, traduziu mais recentemente, respectivamente 2023 e 2022 de François Dosse seu A saga dos intelectuais franceses 1944-1989, vol.II O futuro em migalhas (1968-1989), e de Philippe Ollé-Laprine América, um sonho de escritores. Interessa-se pelas relações entre Literatura e outras artes, as escritas de si e do íntimo e, mais genericamente, questões ligadas à re-presentação. Lattes:  http://lattes.cnpq.br/1268080118888867.  ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5269-6327.

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Publicado

20-01-2025

Como Citar

DE AGUIAR COSTA, L. Quando o real escorre pelas tintas: : a autoficção. Revista de Literatura, História e Memória, [S. l.], v. 20, n. 36, p. 1–15, 2025. DOI: 10.48075/rlhm.v20i36.33772. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/33772. Acesso em: 14 mar. 2025.

Edição

Seção

PESQUISA EM LETRAS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO E LITERATURA, ENSINO E CULTURA