Tipologia das personagens, pacto narrativo ambíguo e contiguidade de universos narrativos em Nocturno de Chile de Roberto Bolaño
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v20i36.34035Resumo
A consagração do romance como género literário por excelência, desde o realismo do século XIX, habituou-nos à presença de personagens inventadas. A personagem referencial, habitual em muitos géneros literários desde a Antiguidade até ao Romantismo, sofre, durante um século, uma espécie de ocultação, de marginalização, de desaparecimento. Com a literatura pós-moderna, esta mesma personagem parece revitalizada, quando não protagonista, em vários subgéneros literários, incluindo o romance histórico pós-moderno, a autoficção, a história ficcionada, a biografia ficcionada, etc. Mesmo em romances de difícil atribuição genérica, o leitor depara-se com personagens cujos nomes denotam, ou talvez apenas evoquem, algo conhecido no universo extraliterário. Além disso, a tipologia das personagens pode revelar-se extremamente mais complexa, constando de uma variedade tipológica que vai muito mais para além das inventadas e referenciais. O romance que me proponho analisar aqui, Nocturno de Chile, de Roberto Bolaño, é um excelente exemplo da variedade tipológica das personagens. Neste sentido, depois de tentar propor uma taxonomia das mesmas, sugerirei algumas hipóteses interpretativas sobre algumas das opções onomásticas do autor e o questionamento das interpretações correntes sobre uma das personagens. As considerações conclusivas serão dedicadas a algumas reflexões sobre as repercussões que estas escolhas podem ter no pacto narrativo proposto neste romance e, de um modo mais geral, na literatura pós-moderna e nos seus subgéneros típicos.
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