Carolina cansada grita insubmissa
DOI:
https://doi.org/10.48075/rlhm.v21i37.35194Resumo
É preciso escrever em cada muro que encontrarmos que a literatura só pode exercer sua função de humanização se olharmos de forma crítica para a autoria e os mecanismos que a legitimam. A estrutura capitalista racista e misógina que define quem pode falar e quais discursos devem ser valorizados (CARNEIRO, 2019; KILOMBA, 2019) não apenas silencia, mas também exaure aquelas vozes que ousam resistir. Em Casa de alvenaria, Carolina Maria de Jesus expressa, com lucidez e contundência, o cansaço e o enfado diante das dinâmicas do mercado editorial, denunciando os limites da inclusão de corpos dissidentes na institucionalização do cânone. Neste artigo, analisamos suas reclamações e frustrações não como meros desabafos individuais, mas como um gesto decolonial que evidencia a persistência da colonialidade no campo literário. A partir de uma perspectiva decolonial e interseccional, examinamos o hiato de 60 anos entre as edições da obra (1961 e 2021) e a comparação de seus prefácios, refletindo sobre as formas como a opressão se reinscreve nos discursos literários e na ocupação dos espaços sociais. Ao destacar as tensões entre a produção de sentido e a colonialidade do poder, buscamos contribuir para a denúncia das hierarquias que sustentam a exclusão no sistema literário e acadêmico, defendendo uma ocupação mais múltipla e horizontal desses espaços.
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