CALCANHAR DE AQUILES DA GERAÇÃO 1870: MACHADO DE ASSIS E O PROBLEMA DA RECEPÇÃO DO REPERTÓRIO EXTERNO
DOI:
https://doi.org/10.36449/rth.v23i2.23627Palabras clave:
Machado de Assis, Geração de 1870, modernidade brasileiraResumen
O artigo analisa a crítica que Machado de Assis apresenta à Geração de 1870, especialmente no texto “A nova geração” (1879). Trata-se de um contexto de efervescência do discurso de modernidade no Brasil, animado pela circulação de um repertório cientificista apreendido como moderno, por um sentimento de crise política e esgotamento do modelo romântico. Para Machado, a produção letrada de Silvio Romero expressa este sentimento, por isso ele será tomado aqui como exemplo-síntese da nova geração. Se no caso brasileiro a direção das novas ideias reconhecidamente vem de fora, em Machado tal vocação eleva a tarefa receptiva e em sua capacidade de confrontar o novo repertório às particularidades do meio brasileiro, constituindo uma forma. Eis o Calcanhar de Aquiles da Geração de 1870, sobre o qual o presente artigo se desenvolve.
Citas
ALONSO, A. Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império. São Paulo, Paz e Terra, 2002.
ASSIS, J. M. M. de. Obra completa. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1962, 3 v.
BAPTISTA, A. B. A formação do nome: duas interrogações sobre Machado de Assis. Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 2003.
CANDIDO, A. Silvio Romero: teoria, crítica e história literária. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978.
GUIMARÃES, H. de S. Machado de Assis, o escritor que nos lê: a figura e a obra machadianas através da recepção e das polêmicas. São Paulo: Editora da Unesp, 2017.
KOSELLECK, R. Futuro passado: Contribuição à semântica dos Tempos Históricos. Rio de Janeiro: Contraponto/ PUC-Rio, 2006.
MATTOS, I. R. O Tempo Saquarema. Rio de Janeiro: Access, 1994.
MELLO, M. T. C. de. A República Consentida: cultura democrática e científica do final do Império. Rio de Janeiro: Editora FGV: Editora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Edur), 2007.
PALTI, E. J. El tiempo de la política. El siglo XIX reconsiderado. Buenos Aires: Siglo XXI, 2007.
PINHA, D. Apropriação e recusa: Machado de Assis e o debate sobre a modernidade brasileira na década de 1870 [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2012.
ROCHA, J. C. de C. Machado de Assis: por uma poética da Emulação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
ROMERO, S. Explicações indispensáveis: Prólogo a Tobias Barreto. In: Vários escritos. 1ª. ed. Rio de Janeiro, 1900.
ROMERO, S. Introdução de A literatura brasileira e a crítica moderna. In: CANDIDO, A. Silvio Romero: teoria, crítica e história literária. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978.
ROMERO, S. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Garnier, 1902, 2 vols.
ROMERO, S. O método crítico de Silvio Romero. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
SALLES, R. Nostalgia Imperial: A formação da identidade nacional no Brasil do Segundo Reinado. Topbooks, Rio de Janeiro, 1996.
SCHNEIDER, A. L. Silvio Romero, hermeneuta do Brasil. São Paulo: Anablume, 2005.
SCHNEIDER, A. L. Machado de Assis e Silvio Romero: escravismo, raça e cientificismo em tempos de campanha abolicionista (década de 1880). ALMANACK, n. 18, p. 451-488, 2018.
SCHNEIDER, A. L. Sílvio Romero e Machado de Assis: leituras e dissensos do fim do Oitocentos. Intelligere, v. 2, p. 49-67, 2016.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SCHWARZ, R. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos inícios do romance brasileiro. São Paulo: Liv. Duas Cidades/ Editora 34, 2000.
STAROBINSKI, J. As máscaras da civilização – ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
TURIN, R. Uma nobre, difícil e útil empresa: o ethos do historiador oitocentista. In: História da Historiografia, número 02, março de 2009.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, o que permite compartilhar, copiar, distribuir, exibir, reproduzir, a totalidade ou partes desde que não tenha objetivo comercial e sejam citados os autores e a fonte.