BRÁS CUBAS À LUZ DE BAKHTIN

Autores

  • Clarice Lottermann

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v4i8.2383

Palavras-chave:

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, Bakhtin

Resumo

O presente estudo objetiva analisar a obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, tomando como pressupostos os conceitos elaborados por Bakhtin nas obras A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais e Problemas da poética de Dostoievski. Considerando-se que, na obra de Machado de Assis, é um narrador defunto que conta a sua história, depois de ter seu corpo já corroído pelos vermes, observa-se como a orientação para o baixo, o olhar de trás para frente, o movimento da morte para o nascimento são enfaticamente marcados.Com base nos estudos de Bakhtin, pode-se observar como o narrador defunto apresenta um discurso em que o rebaixamento das coisas elevadas (virtudes, valores morais, senso de justiça e solidariedade) é constante. Entretanto, deve-se realçar que, ao contrário da perspectiva bakhtiniana, não há, na obra machadiana, possibilidade de reabilitação da condição humana, visto que o narrador, além de dedicar a obra aos vermes que roeram as marcas da sua existência, ao fazer um balanço da vida, tem como único saldo positivo o fato de não deixar descendência.

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Publicado

01-01-2000

Como Citar

LOTTERMANN, C. BRÁS CUBAS À LUZ DE BAKHTIN. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 4, n. 8, p. p. 29–39, 2000. DOI: 10.48075/rt.v4i8.2383. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/trama/article/view/2383. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos