APRESENTAÇÃO

Dossiê Epistemologias da África e suas Diásporas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v18i43.31604

Palavras-chave:

África , Literatura e tradução , Diáspora africana

Resumo

Epistemologias da África e suas diásporas em uma jornada pelo espaço da linguagem, da arte, da literatura e da tradução

Neste volume, encontram-se textos que ecoam muitas e diferentes vozes ancestrais: da origem das Linguagens, da Filosofia, da Literatura, da Astronomia, do Direito, da Medicina, das Matemáticas, da Física (absoluta ou quântica, saber ancestral), dos campos e das cidades. Tem-se, aqui, o grito de mais de 10 milhões de seres humanos que foram sequestrados, torturados, estuprados, desumanizados e escravizados por mais de 400 anos em nome do avanço de uma nova e arrogante ciência. Uma ciência que desprezou e negligenciou saberes fundamentais para a evolução humana; que não tendo dela se apropriado, a fragmentou (JAMES, 1954) ao ponto de estarmos, hoje, tentando “adiar o fim do mundo” (KRENAK, 2019). Láròyè! Estamos a tempo de desobstruir os canais de comunicação da chamada “racionalidade instrumental moderna”, que sustentou no ocidente o paradigma da universalidade do conhecimento científico, legitimando, assim, um único marco epistemológico supostamente passível de ser aplicado em todas as sociedades.  Independentemente de suas singularidades culturais, históricas e linguísticas, agiu-se em nome de uma ideologia de emancipação local, fundada na “incontestável” experiência teórica produzida em uma pequena província cultural do mundo: a Europa (DUSSEL, 1993; QUIJANO, 2003). A tempo, reitera-se, de evitar o colapso de ecossistemas pela compreensão de epistemes cuja base é a sustentabilidade, como a Ética Ubuntu dos povos bantu da África Negra. Láròyè! Sim, esta também é a TRAMA e o esforço de permitir que o atraso que representou e representa o etnocentrismo e o racismo para a humanidade, seja superado (Ki-ZERBO, 2010) porque a compreensão é a única garantia do progresso, do avanço moral e intelectual humano (MORIN, 2011). Láròyè!

 

Biografia do Autor

Flávia Regina Dorneles Ramos, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Graduação e licenciatura em Letras Português-Espanhol (1996/UFRJ). Mestre em Letras Neolatinas (2003/UFRJ) . Foi  professora substituta dos cursos de Letras da UFRJ e da UNILA. Coordenadora pedagógica por 16 anos dos programas a distância do Curso Abierto de Formação Profissional para Tradutores de Espanhol desde 2004. Foi 15 anos professora dos cursos de espanhol da Casa de Espanha-RJ e 12 anos professora e coordenadora do Departamento de Espanhol do Colégio Jesuíta Santo Inácio-RJ. Participou de diversos cursos de intercâmbio na Espanha como aluna e como docente. Participa de bancas de seleção para acesso à universidade pública. É co-autora de livro didático de espanhol pela editora SM. Foi 4 anos professora temporária do curso de Letras da UNIOESTE (2016-2020). Pesquisa atualmente no doutorado UNIOESTE (2021-2014) a Competência Digital Docente e o Letramento Racial Crítico na Rede. Oferece cursos sobre reeducação das relaçoes étnico-raciais no Brasil para docentes e gestores corporativos do setor público e privado.

Autobiografia breve Antes de ser professora universitária, tradutora, pesquisadora, escrevivente e Mãe de Lucía e Santiago foi criança feliz brincando nas ruas inclinadas do Morro da Formiga no Rio de Janeiro. Neta de Regina Soares. Filha de Gilberto Ramos: preto, operário, sambista e compositor e de Teresinha Dorneles:  preta, dona de casa, revolucionária, insurgente, também do samba. Comete poesias como Adúnnì t' Ọ̀ṣun. É irmã de uma Borboleta Linda que deu a Luz a outras duas borboletas ìbèjì. Nasceu em berço de ouro.

Luciane Thomé Schröder, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Docente do Curso de Graduação em Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Marechal Cândido Rondon e do curso de pós-graduação em Letras, nível de mestrado e doutorado, campus de Cascavel. Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina. Desenvolve pesquisas na área da Análise do Discurso de linha francesa.

Rebeca Kerkhoven

Docente Concursada da Rede Municipal de Toledo. Graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista, e em Letras – Língua Portuguesa, Alemã e suas Respectivas Literaturas, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Pós-Graduada em Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar, pela Faculdade UniBF. É membro do Grupo de Estudos em Bi/ Multilinguismo e Educação, do Projeto de Extensão: Multilinguismo e Sociedade na Tríplice Fronteira.

Referências

JAMES, G.M.,1954. O legado roubado. São Paulo: Ananse, 2022.

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

DUSSEL, Enrique. 1492. O encobrimento do outro. A origem do mito da modernidade. Petrópolis (RJ): Vozes, 1993.

QUIJANO, Anibal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (Comp.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciências sociales. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2003.

História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África / editado por Joseph Ki-Zerbo. – 2.ed. rev. – Brasília: UNESCO, 2010.

MORIN, Edgar., Os sete saberes para à educação do futuro. Tradução Catarian Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2011.

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Publicado

03-08-2023

Como Citar

RAMOS, F. R. D.; SCHRÖDER, L. T.; KERKHOVEN, R. APRESENTAÇÃO: Dossiê Epistemologias da África e suas Diásporas. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 18, n. 43, p. 05–08, 2023. DOI: 10.48075/rt.v18i43.31604. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/trama/article/view/31604. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Epistemologias da África e sua diáspora: uma jornada pelo espaço da linguagem, d