Do peso à libertação: duas visões da violência sexual na literatura contemporânea escrita por mulheres
DOI:
https://doi.org/10.48075/rt.v14i3.24902Palavras-chave:
Violência contra a mulher, Autoria feminina, Aline Bei, Stella Florence.Resumo
A lógica binária construída socialmente, além de estereotipar os corpos femininos e masculinos, devendo este ser forte, viril e dominador; e aquele, fraco, submisso e frágil, faz com que, muitas vezes, a violência contra a mulher, abordada de forma simbólica ou física, seja tratada como pertencente à ordem das coisas. A inquietação para esta proposta surgiu após constatação de que o tema da violência contra a mulher, embora persistente a nível epidêmico na sociedade brasileira, não é um tema frequente no âmbito literário contemporâneo. Soma-se a isso o fato de que quando tal tema apareceu na literatura canônica, essencialmente masculina, não raras foram as vezes em que foi tratado de forma estereotipada e naturalizada. Diante disso, nosso objetivo é investigar de que modo o romance contemporâneo de autoria feminina tem articulado visibilidade nas conquistas das mulheres, tendo como foco principal a violência contra a mulher nos romances O peso do pássaro morto (2017), de Aline Bei e Eu me possuo (2016), de Stella Florence. Para isso, será feita uma análise interpretativa e qualitativa da violência sexual nas obras citadas. Para isso, O aporte teórico para se pensar as violências contra a mulher foca-se, principalmente, nos estudos de Heleieth Saffioti (2015) e Carlos Magno Gomes (2014); sobre silenciamentos de Orlandi (1997) e Solnit (2017), além da violência simbólica de Pierre Bourdieu (2014). Conclui-se que a literatura contemporânea escrita por mulheres tem contribuído para a luta contra a violência conta a mulher.
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Referências
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