Fazer das cinzas diamantes: a busca pela eternidade através de joias de família

Autores

  • Aline Lopes Rochedo

DOI:

https://doi.org/10.48075/rtc.v26i51.22988
Agências de fomento

Palavras-chave:

diamantes, joias de família, objetos, morte

Resumo

Este artigo resulta da produção de uma etnografia sobre transmissão de joias no universo familiar. Considerando a morte como dimensão fundamental no repasse de um adorno entre gerações e na própria instituição de um artefato como de família, visitei trabalhos sobre ritos funerários, relações entre vivos e mortos e diferentes concepções acerca da morte. Encontrei produções que tratam de joias de afeto, acessórios confeccionados com madeixas humanas e metais nobres que foram moda entre camadas altas da Europa e das Américas nos séculos XVIII e XIX. Paralelamente, interessei-me por cremação e rituais envolvendo cinzas mortuárias e me deparei com reportagens e sites com narrativas sobre diamantes fabricados em laboratórios com carbono humano. Lapidadas e retornadas a famílias enlutadas em porta-joias, essas gemas, não raras vezes, se tornam adornos velados e reverenciados por alguns descendentes. Purificadas, são (re)significadas como relíquias, peças que podem enfeitar corpos ou deleitar seus guardiões e que, possivelmente, serão incluídas em partilhas, convertendo-se em nova modalidade de joias de família. A discussão que proponho envolve nova ritualização a partir da materialização de cinzas em diamantes. Este processo parece conceder nova vida social e novo estatuto ao corpo morto, que, ritualizado, interfere na presença-ausência-presença.

Biografia do Autor

Aline Lopes Rochedo

Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo e Ciências Sociais, mestre em Antropologia Social e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), da UFRGS.

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Publicado

31-07-2019

Como Citar

ROCHEDO, A. L. Fazer das cinzas diamantes: a busca pela eternidade através de joias de família. Tempo da Ciência, [S. l.], v. 26, n. 51, p. 47–58, 2019. DOI: 10.48075/rtc.v26i51.22988. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/tempodaciencia/article/view/22988. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: A morte, os mortos e o morrer: teorias de ritual