Os modelos gerativos de linguagens naturais como próteses de percepção
DOI:
https://doi.org/10.48075/ra.v12i4.33106Palavras-chave:
Fenomenologia, História do cinema, Modelos gerativos de linguagens naturais, Inteligência artificialResumo
A experiência fílmica se alastrou a grande parte da população mundial produzindo mutações no sentir. Argumentamos neste artigo sobre a causalidade cognoscível entre a abstração dos signos – fenomenologicamente reduzidos e projetados em telas analógicas/digitais – com a organicidade e inteligibilidade da interação escópica do olhar. O conjunto de induções psíquicas decorrentes destas experiências de “mutação da sensibilidade” se mostram agenciadas por uma natureza estimulante, cujo poder de controle subjetivo é massivo e determinante. Iremos apresentar uma breve genealogia do uso de telas como prótese de percepção, iniciando com a invenção do cinema e sua contribuição às ideologias revolucionárias e contrarrevolucionárias, igualmente na integração estratégica do império americano e na filiação da população alemã ao nazismo. Com a mudança do suporte entre analógico-digital este cenário se torna altamente complexo na dita pós-modernidade. Tal cenário de expropriação da cognição voltou a ter, nos recentes ataques neofascistas às democracias, justamente o investimento e adesões às produções audiovisuais (fake news e negacionismos) direcionadas ao gerenciamento ideológico e ontológico de populações. Por fim, analisaremos os atuais modelos gerativos de linguagens naturais (LLM) utilizados pela inteligência artificial-deep learning, ressaltando como tais ferramentas delinearão as qualidades subjetivas e políticas da humanidade nos próximos anos.
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