Ser-aí e o alcance do seu ser-todo

a morte enquanto problema

Autores/as

  • Célia Machado Unioeste

DOI:

https://doi.org/10.48075/ra.v11i3.32592

Resumen

O presente trabalho tem como tema a possibilidade da apreensão do ser-todo da existência no contexto de Ser e Tempo (1927), do filósofo Martin Heidegger. Esta obra projeta recolocar a questão pelo sentido de ser dos entes em geral, programa filosófico ao qual Heidegger nomeia ontologia fundamental. Entretanto, para recolocar tal questão de maneira suficiente, faz-se necessário analisar o ente que já sempre compreende ser, sendo este o ser-aí e essa análise, a analítica existencial. Esse, que se confunde com nossa própria situação existencial (ser-aí), é um ente finito com seus diversos modos de ser e sua estrutura múltipla e, com isso, surge a pergunta: é possível apreender totalmente a estrutura de um ente com essa variedade existencial? Nesse momento, o problema do ser-todo é tematizado enquanto o todo estrutural, a qual a angústia e o cuidado vêm à tona. O todo estrutural, portanto, é garantido com o cuidado, entretanto, o cuidado com sua indicação formal de antecipar-a-si-mesmo resguarda um caráter de pendência, uma vez que sempre há algo que o ser-aí, ainda não é. Existiria, pois, algum momento em que o ser-aí é todo? Que ele se encontra em seu todo? Ao encontrar os seus todos, ser-aí se depara com a aniquilação do seu ser, com a morte. Sendo, pois, o fenômeno da morte um problema para a apreensão do ser-todo. Tendo isso em vista, a questão dessa comunicação se expressa nos seguintes termos: Qual o papel desempenhado pelo fenômeno da morte na analítica existencial? Encontramos meios para responder esta questão em Ser e Tempo, especialmente em seu §39. Sendo tema adiantado no tempo da obra, dependemos de, para adequadamente tematizar o que é enfocado, compreender certos recortes de conceitos específicos; assim, entre nossos objetivos, estão: a) Entender e assimilar a conjunção dos seguintes conceitos: ser-aí, compreensão, ser-no-mundo e cotidianidade mediana; b) Analisar o problema do ser-todo conjugando os conceitos anteriores e seguindo em frente para apontar e falar sobre o cuidado e o fenômeno da morte. Assim, o que se espera é alcançar a ligação desses conceitos e como eles se ligam e guiam para o problema do ser-todo e a tematização do fenômeno da morte em Ser e Tempo. Com esse caráter introdutório e amplo, esse trabalho tem a metodologia exploratória e bibliográfica, onde são utilizadas de diferentes traduções da obra selecionada e de intérpretes. Apreender todos esses conceitos é primordial para a introdução do problema do ser-todo, e posteriormente, o entendimento do conceito de ser-para-a-morte, justificando o teor amplo dessa pesquisa e exibindo outro objetivo tencionado pela pesquisadora.

Publicado

29-12-2023

Cómo citar

CÉLIA MACHADO. Ser-aí e o alcance do seu ser-todo: a morte enquanto problema. Alamedas, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 18–25, 2023. DOI: 10.48075/ra.v11i3.32592. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/alamedas/article/view/32592. Acesso em: 3 nov. 2024.