Boal e as raízes subversivas do teatro do oprimido

Autores/as

  • Christiano Tortato Unioeste
  • Jadir Antunes Unioeste

DOI:

https://doi.org/10.48075/ra.v12i3.33145

Palabras clave:

Teatro do Oprimido, Boal, Estética, Dialética, Marx

Resumen

Augusto Boal (1931-2009) ficou conhecido mundialmente por ter desenvolvido algumas técnicas, até então inéditas, que compõem a poética do Teatro do Oprimido. Além de diretor e dramaturgo, Boal foi também escritor, pensador e (por que não?!) filósofo. Escreveu várias obras, nas quais acaba dissertando sobre, e também dialogando com, as ideias de alguns pensadores clássicos da história da Filosofia, dentre eles: Platão, Aristóteles, Maquiavel, Hegel e Marx, além de transitar pela história e pelos mais variados ramos da arte (teatro, literatura, poesia, música, pintura, cinema, etc.) e da ciência, como por exemplo, a neurologia. Por ser considerado subversivo, acabou sendo exilado no período da ditadura militar. Uma figura um tanto quanto excêntrica, pois apesar de ter se graduado em Química, acabou reconhecido internacionalmente como “Embaixador do Teatro Mundial” pela Unesco (2009). A Poética do Oprimido elaborada por Boal é, também, uma poética política. Poética política subversiva, pois as técnicas desenvolvidas para o Teatro do Oprimido expõem um caminho estético-pedagógico rumo à transformação dos espectadores (seres passivos) em espect-atores (seres ativos) e, assim, criam-se possibilidades para que o abismo reinante entre atores e espectadores seja superado e o palco profanado. O grande objetivo de Boal, segundo os seus próprios escritos, seria propiciar para todos os oprimidos condições para uma mudança significativa em suas vidas, quem sabe, um ensaio, para a mais bela atuação: uma revolução. Nesse sentido, a classe trabalhadora, expropriada dos meios de produção do trabalho e também dos meios de produção estéticos, poderia contar com mais um elemento para a organização programática de suas lutas cotidianas, o teatro, que poderia vir a ser um te-ato, uma manifestação artística dedicada e vinculada a uma transformação social profunda. Esse caminho, nos instiga a uma investigação sobre a relação entre a obra conceitual elaborada e vivenciada por Augusto Boal com a obra conceitual elaborada e vivenciada por Karl Marx.

Biografía del autor/a

Jadir Antunes, Unioeste

Bacharel em Economia pela UNIOESTE, Mestre, Doutor e Pós-Doutor em Filosofia pela UNICAMP. Professor associado do departamento de Filosofia da UNIOESTE.

Publicado

13-08-2024

Cómo citar

TORTATO, C.; ANTUNES, J. Boal e as raízes subversivas do teatro do oprimido. Alamedas, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 89–102, 2024. DOI: 10.48075/ra.v12i3.33145. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/alamedas/article/view/33145. Acesso em: 13 mar. 2025.