O grande silêncio

a mística monástica como resistência à opressão e ação revolucionária

Autores

  • Jaqueline Thais de Souza UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, câmpus Marechal Cândido Rondon/PR
  • José Francisco de Assis Dias

DOI:

https://doi.org/10.48075/ra.v13i1.34901

Palavras-chave:

Jürgen Habermas, Fé e política, Mística monástica, Resistência, Ação revolucionária

Resumo

A Filosofia Moderna considerou a fé como um assunto privado. Todavia, para Jürgen Habermas, as sociedades se tornaram complexas e os rumos da política se encontram em intensa crise, dada as dificuldades da formação racional da vontade pública. Habermas entende que as religiões integram a genealogia da razão e delas as sociedades pluralistas não podem olvidar. Dentre as diversas manifestações da espiritualidade cristã, a mística monástica apresenta um caminho concreto de resistência à opressão e ação de transformação da realidade que precisa ser revisitado e compreendido por religiosos e seculares. A fim de responder a esse problema, será necessário perquirir sobre o papel normativo da fé na política deliberativa para Jürgen Habermas, bem como as implicações da sociedade do espetáculo e as redes sociais sobre a esfera pública; investigar a mística monástica enquanto caminho não só de conversão individual, como também de resistência à opressão política e ação revolucionária presente nos apoftegmas dos Padres e Mães do Deserto, leigos e leigas que viveram como monges e eremitas nos desertos egípcios durante os séculos IV a V d.C. A pesquisa pode revelar que as religiões possuem um arcabouço normativo e ético capaz de restaurar e reforçar vínculos coletivos que se encontram tensionados e desgastados por relações de poder, recapacitando a comunicação e formação racional da esfera pública em meandros nos quais a racionalidade estritamente científica é incapaz de justificar ou fundamentar adequadamente. Será empregada uma abordagem hermenêutica para interpretar os textos e apoftegmas, integrando os resultados da análise para construir uma discussão coerente que reflita sobre as implicações do pensamento de Habermas e dos Padres e Mães do Deserto para a compreensão do problema da luta de classes no contexto político pluralista e desigual. Este estudo indica que a mística monástica pode contribuir para a reconstrução da dignidade humana vilipendiada por relações de poder, além de auxiliar nas discussões a respeito dos direitos humanos, atrelados à noção de dignidade, além de fomentar comportamentos caros ao convívio social democrático.

Biografia do Autor

Jaqueline Thais de Souza, UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, câmpus Marechal Cândido Rondon/PR

Graduada em Direito pela UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, câmpus de Marechal Cândido Rondon/PR. Pós-graduada em Direito Civil e Processual Civil pela Pontíficia Universidade Católica do Paraná - PUC-PR - câmpus Toledo/PR.

 

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Publicado

02-09-2025

Como Citar

SOUZA, J. T. de; DIAS, J. F. de A. O grande silêncio: a mística monástica como resistência à opressão e ação revolucionária. Alamedas, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 194–213, 2025. DOI: 10.48075/ra.v13i1.34901. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/alamedas/article/view/34901. Acesso em: 13 set. 2025.